Epistemologia complexa na Literatura e na Filosofia
Palavras-chave:
Complexidade, Epistemologia, Linguagem, Discurso, Racionalidade.Resumo
A cultura letrada que serviu de alicerce ao pensamento ocidental, inicia-se com a literatura homérica, por volta do século VIII a.C, e com o pensamento filosófico platônico por volta do século V a.C. Os dois modelos de racionalidade já são apresentados por Platão de modo antagônico, sendo que o cerne da disputa por estabelecer os critérios de verdade e falsidade, racionalidade e irracionalidade envolve um plano de discordâncias ideológicas na forma de se lidar com o conhecimento. As próprias divergências internas na filosofia, ao longo de 25 séculos, têm evidenciado o quanto esta ordem de saber é fluida nas suas concepções, pois do seu interior emergem as mais diversas concepções do que é real ou irreal. A negação do saber literário encampado na mitologia homérica por oposição à criação de um tratado de Estética filosófica permitiu estabelecer a transição entre o modelo de exposição de saberes mitológicos, e a racionalização do próprio mito. A epistemologia filosófica que constitui um dos principais alicerces do pensamento contemporâneo, em vários momentos da história ocidental, tem se debatido com traços divergentes que fazem pensar em visões românticas do pensamento humano, como tem acontecido com aspectos da denominada teoria da complexidade. A literatura tem o poder de abranger a totalidade dos mundos possíveis do espírito humano, sendo que a compreensão filosófica permite que sejam descortinadas as realidades dos claustros da imaginação literária. Ao longo do texto será abordada a ideia de epistemologia complexa, tendo por base a discussão do alcance e dos limites do conceito de paradigma da complexidade apresentado por Edgar Morin.
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