RETÓRICA E ROMANCE

Autores

  • Venus Brasileira Couy
Agências de fomento
CNPQ

Palavras-chave:

retórica, romance, libertinagem, corpo, Sade

Resumo

A difusão do romance torna-se possível com a invenção da imprensa. O que distingue o romance da narrativa e da epopeia, no sentido estrito, é o fato de o romance estar essencialmente vinculado ao livro. No século XVIII, em França, havia os livros permitidos e os proibidos, controlados pela polícia, pelas corporações provinciais e pela Comunidade dos livreiros e dos impressores de Paris. Buscando firmar-se, o romance utilizará artifícios com o intuito de conferir dignidade ao gênero ainda incipiente, atribuindo-lhe função utilitária e eficácia retórica. A preocupação com o público, essencial, conforme as leis da retórica, torna-se, no século XVIII, uma das principais características da literatura. Nessa época, a própria natureza da retórica, não mais entendida como compilação de regras, mas, sim, como força persuasiva, é problematizada. O romance, contudo, dificilmente se encaixa nos esquemas fornecidos pelos gêneros retóricos. É nesse âmbito, que A filosofia na alcova, do Marquês de Sade, apresenta-se e dá-se a ler, por meio de uma natureza diversificada e híbrida, tornando-se difícil enquadrá-lo num determinado gênero. O romance sadiano, que mais se assemelha a uma peça de teatro, é composto de sete diálogos, apresentando uma curiosa simetria, organização e retiro. 

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Publicado

03-09-2013

Como Citar

COUY, V. B. RETÓRICA E ROMANCE. Travessias, Cascavel, v. 7, n. 1, p. e7900, 2013. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/7900. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

ENSAIOS E TEMAS INTERDISCIPLINARES