A ciência moderna e os seus limites
uma meditação sob o olhar de Martin Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v11i3.32597Resumo
Desde o século XVII, em obediência ao primado do método, pensadores colocaram o saber prático e o saber teórico a serviço do aperfeiçoamento e desenvolvimento da ciência, convictos de que somente o fazer científico poderia oferecer uma via de acesso segura à verdade. Por conseguinte, esta forma de sapiência atingiu tamanha projeção que passou a contornar a maneira humana de existir na vida política, na educação, na indústria, na filosofia e até mesmo no senso-comum. Com isso, foi erigida como norma e modelo de conhecimento para o homem, a ponto de este tornar repreensível qualquer outra forma de perscrutar os fenômenos que não vá de encontro aos moldes científicos. Tendo isso em vista e com o intuito de oferecer uma nova perspectiva para esta que mudou o destino do Ocidente, discorreremos sobre a meditação que o filósofo Martin Heidegger desenvolve acerca da Ciência Moderna, atendo-nos em especial às conferências O que quer dizer pensar? (1952), Ciência e Pensamento do Sentido (1953) e A Questão da Técnica (1953). Com efeito, o objetivo no fulcro de nossa investigação é compreender a caracterização heideggeriana de ciência como “teoria do real”, bem como aclarar o que se encontra encoberto naquela que se tornou uma das frases mais polêmicas do filósofo, quando vem a afirmar, numa de suas conferências, que “a ciência não pensa”. De antemão, asseguramos que ao oferecer essa perspectiva, entrementes embasada no rigor do exercício fenomenológico, não temos por desígnio aviltar a prática da ciência, mas ponderar criticamente sobre a sua maneira de compreender e conceber os entes, assim como meditar acerca do poder que ela incide sobre o homem e os possíveis limites no interior do que concebe como “o conhecimento verdadeiro”. Dito isso, a pergunta que nos provoca a desenvolver este trabalho, portanto, é uma só: o que se deixa escapar quando enclausuramos o nosso olhar única e exclusivamente ao saber científico? Solicitados por esta pergunta, nos dedicaremos em esboçar uma resposta.
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