Richard Rorty e o problema com a teoria do conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v11i3.32598Resumo
O presente estudo é uma reflexão sobre apontamentos realizados pelo filósofo neopragmatista Richard Rorty em sua crítica à metafísica e epistemologia então dominantes, sobretudo às tentativas de abordar o conhecimento como uma espécie de imagem especular da realidade. Problematiza-se a concepção do filósofo estadunidense sobre a função da epistemologia tanto na filosofia como nas demais áreas da cultura. De modo geral, objetiva-se mostrar como a crítica de Rorty incide sobre a epistemologia em sua pretensão de erigir divisões e legislar sobre as áreas da cultura humana, separando as que podem ser conhecidas com um rigor metodológico daquelas que não possuem rigor epistemológico, criando, com isso, uma cissura entre as áreas do conhecimento e, finalmente, dando especial atenção às ciências naturais que, por possuírem um método inquestionável, estariam em condições de servirem de modelos às demais. De modo mais específico, objetiva-se mostrar como tal perspectiva crítica relaciona-se ao que Rorty vem chamar de behaviorismo epistemológico e como, a partir dele, podemos desenvolver nossas práticas de uma comunidade de pesquisadores, mais baseados na solidariedade do que na objetividade. Justifica-se tal estudo pela centralidade dos temas tratados para uma compreensão das ideias do autor e do cenário mais amplo do neopragmatismo contemporâneo, salientando os debates sobre como o conhecimento humano pode ser adquirido, antes, mediante uma comunidade voltada para a solidariedade, do que uma comunidade voltada para a objetividade e das implicações de tais concepções em distinções metafísicas tradicionais, como as erigidas entre esquema e conteúdo, ou fato e valor. Espera-se, mediante a leitura de textos fundamentais do filósofo neopragmatista e da literatura crítica a seu respeito, consolidar uma compreensão suficientemente robusta da crítica à epistemologia a fim de, num segundo momento, analisar como Rorty argumenta em prol de uma posição filosófica em que a redescrição seja uma maneira de construir novos vocabulários para a sociedade, para o ser humano e para as diversas ciências.
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