Wittgenstein e a poesia como terapia gramatical

Autores

  • Fernando Alves Grumicker Unioeste

DOI:

https://doi.org/10.48075/ra.v11i3.32603

Resumo

O presente trabalho trata de pensar as possibilidades da escrita filosófica em forma de poesia, considerando as obras de Ludwig Wittgenstein (1889-1951) Cultura e Valor (1970) e Investigações Filosóficas (1953). Nestas obras Wittgenstein aponta uma relação entre a poesia e filosofia, da explicitação de sentido filosófico e os jogos de linguagem, mostrando como a práxis da linguagem também define sentido nas proposições filosóficas. Na obra Investigações Filosóficas, Wittgenstein esclarece a concepção de filosofia enquanto uma atividade crítica, e descreve que a filosofia sempre se depara com limites na linguagem, que por sua vez o filósofo insiste e em ir para além destes limites, e volta dessas tentativas repleta de contusões. A filosofia, se escrita de uma forma poética, não estaria livre ou isenta de tais questões, assim como seguir regras gramaticais, consensuais, e jogos de linguagem, não curaria tais contusões resultantes das tentativas de explicitar o que está para além do domínio da linguagem, o nefando e o inefável, tampouco as tentativas de explicitar uma linguagem “privada”, no entanto, a gramática e o seguimento de regras, serviria enquanto um tratamento, sem propósito de cura. O problema central do trabalho será pensar a escrita da poesia enquanto um exercício filosófico que tende a uma tentativa de ultrapassar os limites da linguagem segundo a concepção crítica de Wittgenstein. Enquanto método, será adotada a análise bibliográfica e a heurística, com indagações à escrita filosófica em forma de poesia. O trabalho espera apontar a escrita poética enquanto atividade filosófica e entender através dessa concepção que a poesia careça de um tratamento de suas contusões no retorno de suas tentativas de ir para além dos limites possíveis da linguagem, de suas tentativas de explicitação, o presente escrito também procura apontar que as contusões da filosofia podem ser tratadas através de uma análise gramatical, como propõe Wittgenstein. Portanto, através do seguimento de regras como um campo comum, enquanto jogo de linguagem, que reflete uma forma de vida, enquanto regresso daquelas tentativas de ir além dos limites insuperáveis da linguagem.

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Publicado

29-12-2023

Como Citar

GRUMICKER, F. A. Wittgenstein e a poesia como terapia gramatical. Alamedas, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 171–181, 2023. DOI: 10.48075/ra.v11i3.32603. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/32603. Acesso em: 2 maio. 2024.