Benjamin e Merleau-Ponty entre a história e a arte da pintura
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i1.32639Palavras-chave:
Imaginação, Natureza, EstéticaResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar relações entre as filosofias de Merleau-Ponty e de Walter Benjamin e as afinidades estéticas que dizem respeito, particularmente, as reflexões que ambos incorporaram aos seus escritos sobre a arte da pintura. Com o propósito de articular reflexões de autores dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, o trabalho traça um percurso através das épocas e quais as propostas dos autores para o debate da pintura e o estado dessa arte em cada um dos contextos históricos abordados. Influenciados pelas escolas impressionista, expressionista e pelo surrealismo, tanto Merleau-Ponty como Benjamin têm, em seus respectivos modos de pensar, importantes vínculos com figuras centrais da arte ocidental. O primeiro traz para sua teoria fenomenológica apontamentos concernentes as pinturas de Paul Cézanne, enquanto o crítico literário reflete sobre o conceito de história a partir de um quadro do pintor Paul Klee, perseguido pela sua concepção de arte e natureza. Ambos os pintores são admirados pelos principais filósofos aqui contemplados. É a partir de trabalhos escritos por esses pensadores contemporâneos que o texto aqui apresentado tem a pretensão de apontar aproximações teóricas, biográficas e históricas, conduzindo a leitora e o leitor a uma viagem pela história da filosofia com a intenção de contextualizar as reflexões sobre o estado da pintura no século XX, o século do vento. Importantes passagens de ensaios de Maurice Merleau-Ponty, como “A dúvida de Cézanne” (1945) e “O olho e o espírito” (1960) fazem parte das análises aqui empreendidas, assim como textos de Walter Benjamin sobre estética: a tese IX de Sobre o conceito de história (1940), a Carta de Paris (2) (1936), além de um curto texto autobiográfico. Como contextualização no âmbito da história da filosofia, a primeira parte do trabalho apresenta contribuições de pensadores como René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl Marx, Friedrich Engels e Charles Baudelaire, apresentando as considerações dos referidos autores em épocas distintas e sua relevância para a compreensão das relações envolvendo a história, a filosofia e a arte da pintura. As passagens do texto poderão suscitar ideias concernentes a atual situação da obra de arte, e qual o papel da política mundial pode ser desempenhado com a intenção de transformar essa condição catastrófica vivenciada na contemporaneidade. O desfecho deste texto elucida aspectos da transformação da pintura através dos movimentos artísticos em que estão inseridas as filosofias dos pensadores aqui apresentados. A intenção deste artigo é fomentar os debates.
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