Richard Rorty e as estratégias redescritivas
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33047Palavras-chave:
Richard Rorty, Neopragmatismo, RedescriçãoResumo
O tema de nossa reflexão é a redescrição, conceito utilizado pelo filósofo neopragmatista Richard Rorty. O problema que procuramos investigar é como ocorrem as estratégias de redescrição e o nosso objetivo geral é mostrar como a redescrição pode ser utilizada para a recriação de novas descrições sobre a natureza, a sociedade e o homem. Especificamente, objetivamos avaliar como a hermenêutica filosófica pode nos oferecer novas estratégias de compreensão destes fenômenos. Utilizaremos também o conceito de incomensurabilidade dos paradigmas, formulado pelo filósofo e historiador da ciência Thomas Kuhn, para compreender estratégias de redescrição que ocorreram na história da ciência e buscaremos estendê-las a partir da história da filosofia e da cultura. Nesse sentido, procuraremos desenvolver a ideia segundo a qual é possível compreender que culturas são criadas sem fundamentar suas descrições por meio de conceitos como substâncias e essências, conceitos esses caros à metafísica. A partir desse ponto, poderemos exemplificar que não existem propriamente essências a serem mais e mais apreendidas no processo epistemológico, mas apenas diversas descrições e suas relações. Com isso, podemos defender que a filosofia e as demais ciências podem fundamentar suas investigações antes em uma forma de inquirição baseada na conversação ao modo socrático do que em uma investigação fundamentada em uma teoria do conhecimento. Essa investigação se orienta segundo obras de Richard Rorty e de seus comentadores qualificados. Nossa intenção é, sobretudo, compreender como esse conceito de redescrição pode atuar no desenvolvimento de uma cultura desprovida de qualquer essencialismo filosófico. Este, por sua vez, poderia ser então considerado como o fundamento de concepções arbitrárias e sociedades totalitárias. Já a redescrição, por outro lado, essa só poderia ter sucesso em sociedades onde imperam valores democráticos e de solidariedade. Ao constatar a estratégia de uma fundamentação pela busca de essências, ao invés de uma conversação pela partilha de redescrições, amplia-se a defesa da concepção segundo a qual uma sociedade democrática encontra justificação em saberes históricos, adaptáveis e sofísticos, em oposição a supostas descrições definitivas, inflexíveis e de origem metafísica.
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