Entre a filosofia e a poética

os sentidos do corpo em Nietzsche e Fernando Pessoa

Autores

  • Enock Oliveira Santos Neto UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DOI:

https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33077

Palavras-chave:

Nietzsche, Fernando Pessoa, Poesia, Filosofia, Corpo

Resumo

Nietzsche utiliza elementos poéticos em seus escritos filosóficos, por acreditar que o corpo é um elemento fundamental no processo de afirmação da vida e da superação dos limites existenciais. Enxerga o corpo como um instrumento potente, que deve ser cultivado e aprimorado para a busca da elevação e da realização plena. Por valorizar a expressão livre e autêntica dos impulsos e instintos corporais como forma de afirmar a individualidade e a vitalidade do ser humano, Nietzsche enxerga o corpo como um instrumento chave para a afirmação da vida, tanto mais quanto à razão. Essa compreensão do corpo se dá pelas definições de autocuidado e afeto, entendidos como a capacidade dos corpos de influenciar e ser afetado por outros corpos. É possível destacar algumas concepções alternativas e críticas em Nietzsche em relação ao seu entendimento de corpo afetivo como multiplicidade de potência, e como o filósofo percebe a influência da moralidade sobre os corpos, uma vez que entende que o corpo é uma fonte primordial de valores, impulsos, desejos e instintos que lutam constantemente para aumentar seu quantum de força, subordinando outros conjuntos afetivos. Já para Fernando Pessoa, a perspectiva em relação ao corpo é mais complexa e fragmentada. Em seus heterônimos, Pessoa interpreta o corpo como um território de múltiplas identidades e sentimentos. Cada heterônimo possui sua própria relação com o corpo, suas particularidades físicas, psicológicas e existenciais; e Pessoa explora essa questão através de questionamentos sobre a existência e da busca por uma identidade verdadeira. Em suma, o objetivo desta comunicação é entender as diferentes expressões poético-filosóficas desses pensadores e a concepção de realidade efetiva, sensível e transgressora como um processo de transformação e reavaliação, em que não atribuir ao corpo uma compreensão puramente racional é uma ruptura com a metafísica tradicional, para em seguida compararmos as suas semelhanças e como ambos oferecem visões interessantes e provocativas para uma nova ordem na investigação poético-filosófica, principalmente naquilo que concerne à abordagem sobre o corpo.

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Publicado

13-08-2024

Como Citar

SANTOS NETO, E. O. Entre a filosofia e a poética: os sentidos do corpo em Nietzsche e Fernando Pessoa. Alamedas, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 142–148, 2024. DOI: 10.48075/ra.v12i3.33077. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/33077. Acesso em: 30 mar. 2025.