Aspectos do pensamento de Nietzsche sobre a vida humana

Autores

  • Gracy Kelly Bourscheid Pereira Unioeste

DOI:

https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33082

Palavras-chave:

Nietzsche, Inocência, Culpa, Moral cristã

Resumo

Esta pesquisa explora a concepção de Nietzsche sobre a inocência humana. Aproximando as ações do homem e as ações da natureza, o filósofo expressa um pensamento relevante sobre a ausência de escolha nas manifestações impulsionais. Diante das interpretações que atribuem ao homem responsabilidade moral e religiosa por seus atos, a crítica do filósofo alemão se destaca. Pensa que o homem não dispõe de vontade livre, mas que os impulsos vitais que constituem o seu organismo se exercem por necessidade de crescimento e expansão. Esse organismo vital, disposto por impulsos em ininterrupta luta por expansão, não é comandado por uma alma racional. O filósofo explica que não há agente por trás das ações humanas, mas sim as manifestações dos impulsos agindo incessantemente. Considerando a vida humana a partir dessa interpretação, o homem não poderia ser premiado ou castigado por suas ações. Antagônico aos preceitos morais e religiosos que atribuem ao homem o peso do livre arbítrio, o filósofo vislumbra a possibilidade de ver surgir um tipo de homem inocente: um homem desprendido de concepções metafísicas e de esperanças ultraterrenas. Liberto da crença no prosseguimento da vida em um mundo melhor, esse homem não se sentiria pecador por atitudes avaliadas como ofensivas aos olhos da divindade. Concepções como as de vida eterna ou sofrimento eterno não fariam mais sentido. Seria uma legítima libertação do homem de todo o fardo atribuído aos institutos repressores de culpa e pecado – noções consideradas, pelo filósofo, como derivadas da crença em Deus como criador e julgador de todas as coisas. Esse homem inocente é apontado pelo filósofo alemão como o homem do futuro, como aquele que resgatará a inocência do vir-a-ser. Com o intuito de examinar a perspectiva de Nietzsche a respeito da inocência do homem e investigar se essa noção constitui uma posição afirmativa diante da vida, analisaremos alguns trechos de Humano, demasiado humano I e II (1878-80), Aurora (1881), A gaia ciência (1882) e da Genealogia da Moral (1887).

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Publicado

13-08-2024

Como Citar

PEREIRA, G. K. B. Aspectos do pensamento de Nietzsche sobre a vida humana. Alamedas, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 172–178, 2024. DOI: 10.48075/ra.v12i3.33082. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/33082. Acesso em: 30 mar. 2025.