Erotismo, morte, sentimento de si, e continuidade do ser em Georges Bataille
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33107Palavras-chave:
Erotismo, Morte, Sentimento de si, Continuidade do Ser, Georges BatailleResumo
Certeza única da vida, a morte é uma das temáticas fundamentais abarcadas pelo pensamento do teórico francês Georges Bataille, assim como o erotismo. O autor diferencia a atividade sexual animal da atividade sexual humana, a qual conceitua em três categorias: o erotismo dos corpos, o erotismo dos corações, e o erotismo sagrado; agregada a cada categoria, há a relação entre morte e erotismo, abordada através dos conceitos de descontinuidade do ser, continuidade do ser e sentimento de si, apresentando, ainda, a angústia da morte enquanto motor do erotismo. Trata-se da morte que revela a consciência da descontinuidade do ser, bem como do erotismo que busca a continuidade do ser através dos corpos, dos corações e/ou do sagrado, afinal, o sentido último do erotismo é a fusão, a supressão do limite. A finalidade do erotismo é a continuidade do ser, conforme afirma Georges Bataille. Desenvolve-se, neste artigo, pesquisa sobre a relação entre erotismo e morte, tendo como referência principal a obra O erotismo, e, como referências complementares: Teoria da religião e Experiência Interior. Chega-se à conclusão de que Eros (vida) e Thanatos (morte) estão intimamente interligados e colocam o ser do humano em questão. Nessa perspectiva, ambos, o erotismo e a morte, são violentos e sua violência leva à perda da individualidade, descontinuidade do sujeito, reconduzindo-o para a continuidade que existia anteriormente da vigência do trabalho e dos interditos. Contudo, o retorno à continuidade, operado pelo erotismo, é temporário, fazendo com que o sujeito, a cada momento, deseje mais e, portanto, perca-se mais. Diferentemente, o retorno e a perda operada pela morte são permanentes. Assim, a relação entre erotismo e morte é interpretada por meio dos conceitos de descontinuidade do ser e continuidade do ser, sendo o erotismo pautado pelo sentimento de si. A esses dois acontecimentos – vida e morte – relacionam-se interditos universais e particulares, surgindo, assim, o erotismo e a sua fascinação: transgredir o mundo da cultura e do trabalho.
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