O fetichismo como pressuposto da crítica da economia política em Karl Marx
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i2.33199Palavras-chave:
Fetichismo, Capitalismo, PráxisResumo
O propósito central deste texto é explicitar e problematizar a questão: qual é a tese da tese? O fetichismo corresponde à ideia de inversão mística da sociedade capitalista. Isto é, os indivíduos apreendem de forma distorcida a realidade sócio-histórica contraditória em que são gestadas de forma alienada a produção e reprodução de suas vidas na sociedade civil burguesa. Deste modo, a organização social aparece como algo mágico, misterioso, ocultando seu conteúdo essencial, tendo assim a função social de legitimação material e ideológica da dinâmica contraditória do capital, influenciando efetivamente a ação dos indivíduos no seu dia a dia na sociedade. O fenômeno do fetichismo, embora apareça explicitamente tematizado em O Capital (obra de maturidade de Marx), uma abordagem dialética (portanto, não apenas nominalista) que busque apreensão das determinações operantes da ideia mostra sua presença na totalidade da obra e, igualmente, no processo geral de constituição da sociedade capitalista. Todavia, a abordagem dialética da dinâmica histórica do real aponta para a possiblidade concreta de sua superação, mediante a práxis revolucionária dos indivíduos socialmente organizados, a fim da instauração da emancipação ou o reino da liberdade. Tal empreendimento humano não se constitui em uma utopia abstrata, ilusória, vislumbrada a partir de uma hipótese exterior à realidade vigente. Contrário senso, a perspectiva da revolução socialista é perspectiva a partir das potencialidades concretas que estão abafadas, bloqueadas na imanência contraditória da sociedade vigente. Apenas nessa sociedade emancipada os indivíduos terão possibilidade de vivenciar, no dia a dia de suas vidas, a liberdade, a igualdade de justiça concreta, que se estabelecem de forma fetichizada, abstrata, na sociedade burguesa. Desse modo, na sociedade comunista os indivíduos, livres das travas sociais vigentes na sociedade capitalista — as classes sociais, o estado burguês, e os demais complexos fetichizados existentes —, poderão desfrutar do desenvolvimento integral dos atributos humanos efetivos existentes.
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