Ruptura metabólica
a visão de Marx sobre a desconexão do ser humano com a natureza pelo capitalismo
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33218Palavras-chave:
Natureza, Metabolismo, Trabalho, CapitalResumo
Karl Marx, no mundo acadêmico, é frequentemente associado à teoria do materialismo histórico e à luta de classes. No entanto, há um conceito menos conhecido que Marx também explorou em suas obras: metabolismo. Embora muitos associem a palavra apenas a processos físicos de consumo e digestão, Marx adotou o conceito de “metabolismo” para descrever, primordialmente, o trabalho como um processo de interação entre o ser humano e a natureza. A natureza vista como o sustento vital da humanidade, que deve ser protegido, no qual, inclusive, o próprio ser humano está inserido enquanto parte constitutiva. Marx preocupou-se com as questões ambientais ao perceber que o ser humano está integrado à natureza e que o sistema capitalista estava degradando os recursos naturais a um simples instrumento em vista do lucro. Estudiosos da filosofia marxiana, por vezes, fazem referência ao metabolismo homem-natureza como um tema presente apenas na fase inicial do trabalho de Marx, especialmente nos Manuscritos econômico-filosóficos. Porém, estudiosos contemporâneos do pensamento marxista, como John Bellamy Foster e Kohei Saito, enfatizam que o referido conceito também é encontrado em outras obras, como nos Grundrisse, nos Cadernos de Londres e n’O capital. Foster, em seu livro A ecologia de Marx: materialismo e natureza, criou o conceito de “falha metabólica”, ao analisar a ruptura da conexão do ser humano com a natureza dentro do sistema capitalista, que explora recursos naturais e mão de obra de forma abusiva, ocasionando tanto o empobrecimento do solo como o adoecimento do trabalhador. Saito se aprofunda no tema, encontrando vieses ecológicos nas obras de Marx e citações do termo metabolismo em diversas partes d’O capital, como “metabolismo entre homem e natureza”, “metabolismo social” e “metabolismo da natureza”, contrariando analistas críticos da obra marxista, que dizem ter sido Marx antiecológico. O objetivo que norteia esta pesquisa é a análise dos conceitos de metabolismo entre homem e natureza, a partir de Marx, e a suposta falha, ou ruptura metabólica que, segundo Foster, teria sido causada pelo capitalismo. A abordagem do tema tem como base as obras A ecologia de Marx: materialismo e natureza (2005), de John Bellamy Foster e O ecossocialismo de Karl Mark: capitalismo, natureza e crítica inacabada à economia política (2021), de Kohei Saito. São leituras essenciais para compreender o pensamento de Karl Marx quanto à dissociação do ser humano da natureza, causada pelo sistema capitalista.
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