A construção socioterritorial de mercados: apontamentos teóricos sobre o potencial protagonismo camponês em mercados de produtos agroecológicos
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v6i2.34606Resumo
Partindo do pressuposto de que os mercados são produtos de um processo de construção social (e territorial), este artigo discute como chegamos ao chamado sistema de mercado, como os camponeses foram estabelecendo trocas e se adaptando a este sistema, e a importância de eles serem protagonistas no processo de construção socioterritorial de mercados. Apesar de os mercados estarem controlados hegemonicamente sob a égide da acumulação ampliada do capital, acredita-se que seja possível que camponeses, organizados coletivamente, possam criar estratégias benéficas para a comercialização de seus produtos, sobretudo de alimentos. Nesse sentido, por meio da agroecologia, há margem para a estruturação de outras relações com os mercados. Uma breve trajetória das relações de troca é apresentada, seguida de um debate sobre o atual sistema de mercado. Os elementos da concepção de construção socioterritorial de mercados são apresentados, tendo por base o potencial de protagonismo de camponeses que produzem e comercializam produtos agroecológicos. O texto apoia-se em apontamentos teóricos e versa sobre as oportunidades de construção socioterritorial de mercados por meio da agroecologia. Os procedimentos metodológicos utilizados foram revisão bibliográfica e reflexões alicerçadas em pesquisas participativas junto a produtores agroecológicos e suas organizações, situados, sobretudo, no Rio Grande do Sul e no Paraná. Como resultado, são realizadas inferências sobre como os camponeses criam e institucionalizam relações sociais por meio da agroecologia, projetando-as territorialmente em distintas interações com os mercados, e aproveitando possíveis “fissuras do capitalismo”.
Palavras-chave: mercado; construção socioterritorial; protagonismo; camponeses; agroecologia.
Markets socio-territorial construction: theoretical notes on the peasants protagonism potential in agroecological product markets
Abstract
Based on the assumption that markets are product of a social (and territorial) construction process, this article discusses how we arrived at the so-called market system, how peasants have established exchanges and adapted to this system, and the importance of them being protagonists in the process of markets socio-territorial construction. Although markets are hegemonically controlled under the aegis of capital expanded accumulation, it is believed that peasants, organised collectively, can create beneficial strategies for marketing their products, especially food. In this sense, through agroecology there is scope for structuring other relationships with markets. A brief history of exchange relations is presented, followed by a debate on the current market system. Elements of the concept of markets socio-territorial construction are presented, based on the potential role of peasants who produce and commercialise agroecological products. The text is based on theoretical notes and deals with the opportunities for the socio-territorial construction of markets through agroecology. The methodological procedures used were a literature review and reflections based on participant research with agroecological producers and their organisations, mainly located in Rio Grande do Sul and Paraná. As a result, inferences are made about how peasants create and institutionalise social relations through agroecology, projecting them territorially in different interactions with markets and taking advantage of possible ‘cracks in capitalism’.
Keywords: market; socio-territorial construction; protagonism; peasants; agroecology.
La construcción socioterritorial de mercados: apuntes teóricos sobre el potencial protagonismo de campesinos en mercados de productos agroecológicos
Resumen
Partiendo del supuesto de que los mercados son el producto de un proceso de construcción social (y territorial), este artículo discute cómo llegamos al llamado sistema de mercado, cómo los campesinos han establecido intercambios y se han adaptado a este sistema, y la importancia de que sean protagonistas en el proceso de construcción socioterritorial de mercados. Aunque los mercados estén hegemónicamente controlados bajo la égida de la acumulación ampliada de capital, se cree que es posible que los campesinos, organizados colectivamente, creen estrategias beneficiosas para comercializar sus productos, especialmente los alimentos. En este sentido, la agroecología ofrece posibilidades para estructurar otras relaciones con los mercados. Se presenta una breve historia de las relaciones de intercambio, seguida de un debate sobre el sistema de mercado actual. Se presentan elementos del concepto de construcción socioterritorial de los mercados, a partir del papel potencial de los campesinos que producen y comercializan productos agroecológicos. El texto se basa en apuntes teóricos y aborda las oportunidades para la construcción socioterritorial de mercados a través de la agroecología. Los procedimientos metodológicos utilizados fueron revisión bibliográfica y reflexiones basadas en la investigación participante con productores agroecológicos y sus organizaciones, localizados principalmente en Rio Grande do Sul y Paraná. Como resultado, se extraen inferencias sobre cómo los campesinos crean e institucionalizan relaciones sociales a través de la agroecología, proyectándolas territorialmente en diferentes interacciones con los mercados y aprovechando posibles «grietas en el capitalismo».
Palabras clave: mercado; construcción socioterritorial; protagonismo; campesinos; agroecología.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.