Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics

As obras de Wilhelm Dilthey (1833-1911) integram, reconhecidamente, aqueles inúmeros projetos filosóficos que buscaram uma fundamentação para o conhecimento. Em suma, trata-se de um projeto que pretendeu estabelecer fundamentalmente uma crítica da razão histórica, a qual pressupõe a conciliação entre a historicidade elementar do existir e o caráter compreensivo da vida. Ao mesmo tempo, é notável a importância de Dilthey para Martin Heidegger. Essa influência se mostra evidentemente na transformação hermenêutica da fenomenologia levada a cabo por Heidegger, para quem a concepção de hermenêutica, como bem sabido, não diz respeito à doutrina de interpretação de textos históricos, mas ao modo como a vida, em sua facticidade, se dá a conhecer imediatamente a si mesma, o que faz da vida fática o fenômeno originário da investigação fenomenológica. A confluência entre a proposta de Dilthey e a de Heidegger se torna inegável. E, a partir dela, pode-se também perceber a relevância da hermenêutica e da fenomenologia para outras áreas do saber. Reunir essa relação e seus desdobramentos é o principal objetivo deste dossiê.