Conflitos entre migrantes e locais
uma análise entre ‘A bagaceira’ e ‘The grapes of wrath’
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v17i1.30498Palavras-chave:
Regionalismo, Migração, Literatura ComparadaResumo
O presente estudo tem por objetivo tecer uma análise da construção das identidades regionais dos protagonistas dos romances A bagaceira (1928), de José Américo de Almeida, e The grapes of wrath (1939), de John Steinbeck. Ambos os romances propostos têm como cenário a migração em massa em períodos de crise social ou econômica e, em decorrência desses acontecimentos notoriamente históricos, famílias foram deslocadas de suas comunidades. Essa migração é o que trataremos como um movimento de desenraizamento. Entende-se “desenraizamento” como a retirada do indivíduo de seu espaço no mundo – seja essa “retirada” voluntária, forçada, ou mesmo sazonal –, levando-o à condição de estrangeiro em um novo espaço em que as memórias e a sociedade não lhe são familiares, então necessitando reconstruir sua percepção de comunidade e identidade. O indivíduo deslocado à posição de migrante é posto em posição fragilizada contra o integrante da comunidade local por seu isolamento social. Os pré-conceitos regionais são em grande parte responsáveis pela desconfiança generalizada entre esses grupos, causando um embate entre pessoas que ocupam posições de classe semelhantes, e encerrando um ciclo de violências contra as personagens desenraizadas. Assim, faz-se necessário trabalhar com obras que dialoguem com a posição do imigrante, como Said (2003) e Sayad (1998), entre outros.
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Referências
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