Adeus, tenho que partir...

uma leitura de “Bye Bye, Brasil” e “Iracema Voou”, de Chico Buarque

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v17i3.31409

Palavras-chave:

Chico Buarque, “Bye bye, Brasil”, “Iracema voou”, nacionalismo

Resumo

A obra musical de Chico Buarque é conhecida pelo caráter interpretativo e crítico do Brasil, desde seu período mais participante das décadas de 1960 e 1970 e hoje, como um cronista arguto das mazelas de nossa sociedade. É possível dizer que em sua obra encontramos uma espécie de síntese das esperanças e desalentos da história recente do Brasil. Nessa perspectiva, esse artigo trabalha duas canções emblemáticas do cancioneiro do compositor carioca: “Bye bye, Brasil” e “Iracema voou”, que buscam interpretar o Brasil, no sentido de desvendar e desmistificar a concepção ufanista, que concebia a nação brasileira como uma pátria paradisíaca, grandiosa e fadada ao sucesso, como se propagou no pensamento romântico em canções de compositores anteriores à sua geração e também no regime militar. Na perspectiva buarquiana o Brasil é cantado de modo a contrapor-se a esse ponto de vista nacionalista ingênuo de seus precursores. Sem distanciar das “coisas do Brasil”, Chico Buarque acompanha as transformações históricas, sociais e culturais do país e nos revela suas desarmonias.

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Biografia do Autor

Luciano Marcos Dias Cavalcanti, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Graduado em Letras: Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas pela Universidade Federal de Ouro Preto, Mestre em Letras: Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais, Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas, realizou estágio de pós-doutorado no Departamento de Literatura Brasileira da UNESP/Araraquara. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, Teoria Literária e Literatura Comparada, atuando principalmente nos estudos de poesia e prosa brasileira moderna e contemporânea.

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Publicado

22-12-2023

Como Citar

CAVALCANTI, L. M. D. Adeus, tenho que partir...: uma leitura de “Bye Bye, Brasil” e “Iracema Voou”, de Chico Buarque. Travessias, Cascavel, v. 17, n. 3, p. e31409, 2023. DOI: 10.48075/rt.v17i3.31409. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/31409. Acesso em: 9 maio. 2024.

Edição

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