As relações de poder e de gênero

diálogos entre literatura africana e literatura amazônica

Autores

  • Maria Ivonete Coutinho da Silva Universidade Federal do Pará - UFPA

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v18i2.32867

Palavras-chave:

poder, relações de gênero, colonialismo, colonialidade

Resumo

Artigo bibliográfico com base na literatura comparada faz uma abordagem das relações de poder e de gênero, a partir de duas obras literárias situadas em contextos colonizados nos quais mulheres racializadas são as personagens principais. Trata-se do romance de Sylvia Aranha Ribeiro Francisca - e a utopia da liberdade (2010) e do conto Ninguém matou Suhura (2013) da escritora moçambicana Lilia Momplé. Em ambas as narrativas predomina a ideologia da colonização na qual o colonizador impetra os paradigmas sociais com base na colonialidade do ser, da natureza, do saber e do gênero, na medida em que essas categorias são pensadas e relacionadas tendo como parâmetro as concepções eurocêntricas, etnocêntricas e patriarcais. Essa discussão se faz em diálogo com as duas obras acima citada e com a devida fundamentação teórica, acerca da colonialidade, poder e gênero Quijano (2005), Lugones (2008), Vergé (2020) sobre as relações institucionalizadas, sexualidade e raça (Bourdieu, 2012) Foucault (1998) entre outras bibliografias que deram embasamento as discussões em torno dessas narrativas literárias.

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Biografia do Autor

Maria Ivonete Coutinho da Silva, Universidade Federal do Pará - UFPA

Possui graduação em Letras e Artes pela Universidade Federal do Pará (1987), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (2002) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (2008). Atualmente é professora associada D da Universidade Federal do Pará. Coordenadora da Casa de Memória Transxingu e idealizadora e coordenadora da Festa Literária Internacional do Xingu - FLIX. Tem experiência na área de Letras com ênfase em Teoria Literária e Antropologia Rural, atuando principalmente nos seguintes temas: memórias e histórias de vida, gênero e literatura: estudos culturais e as interseccionalidades entre poder, gênero e raça. Membro da Academia Altamirense de Letras e da Academia de Cordelistas da Transxingu. Participou da antologia de cordel da Transxingu e autora dos livros: Desassossegos da alma (2019), Prosa e poesia em tempo de pandemia (2021), e Alma de Mulher - poética em despejo (2023). Atualmente, é coordenadora da Casa de Memoria Transxingu.

Referências

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Publicado

15-08-2024

Como Citar

SILVA, M. I. C. da. As relações de poder e de gênero: diálogos entre literatura africana e literatura amazônica. Travessias, Cascavel, v. 18, n. 2, p. e32867, 2024. DOI: 10.48075/rt.v18i2.32867. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/32867. Acesso em: 1 nov. 2024.

Edição

Seção

[DT] "DISCURSO E LETRAMENTO LITERÁRIOS E NÃO-LITERÁRIOS EM CONTEXTOS PERIFÉRICOS"