Hipertexto e suporte digital: novas formas de leitura

Autores

  • Daniele Nunes Rodrigues Unioeste
  • Paulo Fachin Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Centro Universitário Assis Gurgacz

DOI:

https://doi.org/10.48075/revex.v21i4.29770

Palavras-chave:

Hipertexto, Gênero digital, Suporte digital

Resumo

O crescente uso das mídias digitais no nosso cotidiano possibilitou mostrar como a manifestação da linguagem está se modificando. Por isso, este trabalho buscou discutir como os novos suportes ligados a tecnologias digitais estão modificando a prática da leitura, focando em uma tipologia de texto muito recorrente nas Internet: O hipertexto. Com uma estrutura que possibilita uma maior interação (leitor-autor-texto) e que o leitor seja mais ativo na sua leitura, o hipertexto proporciona um vislumbre de como os novos textos diferenciam-se dos textos impressos. Como fundamentação teórica, recorremos a concepção de gênero postulada por Bakhtin (2003), as reflexões sobre suporte de Marcuschi (2003) e Araujo (2006), e as concepções de hipertexto a partir de Koch (2007) e Coscarelli (2005) e a análise de um enunciado. Neste artigo constatamos a diferenciação do suporte impresso/offline e online e como isso influencia na caracterização do gênero/enunciado. Assim como o hipertexto e suas características possibilitam uma nova forma de leitura, de maneira mais ativa e interativa. 

 

ABSTRACT

 

The growing use of digital media in our daily lives has made it possible to show how the manifestation of language is changing. Therefore, this work sought to discuss how the new supports linked to digital technologies are modifying the practice of reading, focusing focusing on what the object of this research is: The hypertext. With a structure that allows a greater interaction (reader-author-text) and the reader can be more active in their reading, hypertext provides a glimpse of how new texts differ from printed texts. As a theoretical foundation, we resort to the concept of genre postulated by Bakhtin (2003), the reflections on support from Marcuschi (2003) and Araujo (2006), and the concepts of hypertext from Koch (2007) and Coscarelli (2005) and the analysis of a statement, a blog post that with its features and elements make it a hypertext. In this article, we could see the difference between printed/offline and online support and how this influences the characterization of the genre/utterance. As well as hypertext and its characteristics enable a new way of reading, in a more active and interactive way.

Biografia do Autor

Daniele Nunes Rodrigues, Unioeste

Graduada em Letras Português/ESpanhol (Unioeste). Mestranda pelo PPGL - Programa de Pós-graduação em Letras (Unioeste).

Paulo Fachin, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Centro Universitário Assis Gurgacz

Pós-Doutorado em Estudos da Linguagem (UEPG) e Doutorado em Letras (Unioeste). Professor do curso de Letras Português/Espanhol do Centro Universitário Assis Gurgacz e do PPGL - Programa de Pós-graduação em Letras, nível de Mestrado e Doutorado (Unioeste).

Referências

ACOSTA PEREIRA, Rodrigo; OLIVEIRA, Amanda Maria. Análise dialógica do conteúdo temático em gêneros do discurso. In: Revista Educação e Linguagens, Campo Mourão, v. 9, n. 16, jan./jun. 2020.

ARAÚJO, Júlio. Reelaborações de gêneros em redes sociais. In: ARAÚJO, Júlio; LEFFA, Vilson (org.). Redes sociais e ensino de línguas: o que temos de aprender? São Paulo: Parábola, 2016. p. 49-64.

AZEVEDO, Ana Claudia Oliveira; PEREIRA, Marcia Helena de Melo; AYRES, Dayana Junqueira. O Tweet como um gênero discursivo digital materializado no suporte Twitter. In: XIII SINEFIL, 79, Rio de Janeiro, 2021. Anais Eletrônicos. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2021, p. 1132-1140. Disponível em: https://www.revistaphilologus.org.br/index.php/rph/article/view/111/128. Acesso em: 20 ago. 2022.

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: WMF Matins Fontes, 2003 [1979]. p. 261-306.

BERK, E.; DEVLIN, J. Hypertext/Hypermidia handbook. Nova York: Intertext Publications, 1991.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Fundamental. [Brasília, DF], 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 20 ago. 2022.

BONINI, A. Veículo de comunicação e gênero textual: noções conflitantes. DELTA, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 65-89, 2003b.

BURGESS, Anthony. Laranja Mecânica. São Paulo, SP: Editora Aleph, 2012.

DIAS, Ana Flávia Amaral; PRADO, Anne Carolline Dias Rocha; SANTANA, Elienai Moreira de; NOVAES, Mateus Lima. UM GÊNERO DIGITAL PARA ALÉM DE SUA FUNÇÃO: CONSTRUÇÃO DO MEME COMO HIPERTEXTO. In: III Congresso Internacional e V Congresso Nacional de Movimentos Sociais e Educação. Anais eletrônicos [...] UESP, 2021. Disponível em: http://anais.uesb.br/index.php/cicnmse/article/viewFile/10034/9843. Acesso em: 20 ago. 2022.

DICIONÁRIO Nadsat: Laranja Mecânica. Fanzine Kaskadura. Jan. 2011. Disponível em: http://kaskadura.blogspot.com/2011/01/dicionario-nadsat-laranja-mecanica.html. Acesso em: 03 set. 2022.

DUDENEY, Gavin, HOCKLY, Nicky, PEGRUM, Mark. Letramentos digitais. Tradução Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2016.

FENNA, Jakeline de Melo. A compreensão do meme de internet como manifestação verbal e sua possível caracterização enquanto gênero textual. 2019. Dissertação (Mestrado em Literaturas de Língua Inglesa) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

FREITAS, Ernani César; BARTH, Pedro Afonso. Gênero ou suporte? O entrelaçamento de gêneros no Twitter. Revista (Con)Textos Linguísticos, v. 9, n. 12, p. 8-26, Vitória, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/index.php/contextoslinguisticos/article/view/8888. Acesso em: 23 ago. 2022.

GREGOL, Fernando Arthur; NUNES, Daniele Rodrigues; PRADELLA, Bruna Shirley Gobi; PEREIRA, Rodrigo Acosta. Abordagens dos multiletramento e dos gêneros do discurso multimodais na BNCC. In:COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição; KRAEMER, Márcia Adriana Dias (org.). Uma leitura crítica da Base Nacional Comum Curricular: Compreensões subjacentes. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2019.

GONÇALVES, Matilde; ROSA, Ruth. O suporte digital na leitura e compreensão textual. In: FERREIRA, António Manuel; MORAIS, Carlos; BRASETE, Maria Fernanda; COIMBRA, Rosa Lídia (org.). Pelos Mares da Língua Portuguesa 4. Aveiro, Portugal: UA Editora, 2018. p.571-587. Disponível em: https://run.unl.pt/bitstream/10362/96450/1/Matilde_Gon_alves_O_suporte_digital_na_leitura.pdf. Acesso em: 20 ago. 2022.

KOCH, I. G. V. Hipertexto e construção do sentido. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 51, n. 1, 2009. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1425. Acesso em: 25 ago. 2022.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 34. ed. São Paulo: Editora 34, 1999.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Pesquisa Bibliográfica. In: MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p.43-51.

MARCUSCHI, L. A. O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula. In: Linguagem & Ensino, vol. 4, nº. 1, 2011, p. 79-111.

MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz Gonzaga. Classificação da pesquisa. In: MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz Gonzaga. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. p. 69-94.

NELSON, T. H. Opening hypertext: a memoir. In: TUMAN, M. C. (Ed.). Literacyonline. Pittsburg: University of Pittsburg Press, 1992. p.43-57.

NUNES, Daniele Rodrigues Nunes. Livro 6: Laranja Mecânica. Papel e pergaminho, blog, 2016. Disponível em https://papelepergaminho.blogspot.com/2016/10/livro-6-laranja-mecanica.html Acesso em: 25 ago. 2022.

ROJO, Roxane. Pedagogia dos multiletramentos. In: MOURA, Eduardo; ROJO, Roxane (org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012. p. 11-31.

ROJO, Roxane. Letramento(s): Práticas de letramentos em diferentes contextos. In: ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p. 95-121.

SOUZA, Aguinaldo Gomes de. A Questão das Interações em Ambientes Digitais. In: XV Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e XII Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online. Anais eletrônicos [...] UFMG, 2018. Disponível em: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem_tecnologia/article/view/15003/1125612166. Acesso em: 15 ago. 2022.

SOUZA, Aguinaldo Gomes de. A memória-acontecimento nas materialidades digitais: uma abordagem onto-fenomenológia-discursiva. 2020. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.

TERUYA, Teresa Kazuko. Trabalho e educação na era midiática: um estudo sobre

o mundo do trabalho na era da mídia e seus reflexos na educação. Maringá, PR:

Eduem, 2006.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A caracterização de categorias de textos: tipos, gêneros e espécies. Alfa: Revista de Lingüística, v. 51, p. 39-79, 2007.

Downloads

Publicado

30-12-2022

Como Citar

RODRIGUES, D. N.; FACHIN, P. . Hipertexto e suporte digital: novas formas de leitura. Revista Expectativa, [S. l.], v. 21, n. 4, p. 40–58, 2022. DOI: 10.48075/revex.v21i4.29770. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/expectativa/article/view/29770. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Seção - Línguas/Comunicação