Entre a frustação e o gozo da profissão: as narrativas dos secretários executivos
DOI:
https://doi.org/10.48075/revex.v23i2.33180Palavras-chave:
Identidade, Secretariado Executivo, narrativas, gozo, frustaçãoResumo
O presente artigo tem como objetivo problematizar e entender a identidade dos secretários executivos nas narrativas, que se circunscrevem entre a frustação e o gozo da profissão. Como inicialmente se isolam, aproximam-se nas identificações conflituosas construídas na subjetividade dos indivíduos. Com base em Coracini (2000), podemos sinalizar que o profissional de Secretariado Executivo “(...) é atravessado por uma multiplicidade de vozes que tornam sua identidade complexa, heterogênea e em constante movimento, de modo que só é possível flagrar momentos de identificações” ou, ao contrário, de estranhamento. Para estudar essa subjetividade entre o eu e o outro, entrevistamos 3 secretários executivos que trabalham no setor público e, como metodologia, baseamo-nos na narrativa como instrumento de recapitulação de experiência em interação, cujo sentido está relativo às circunstâncias sócio-históricas particulares. Já os resultados apontam que os participantes convergem nas identificações sobre os primeiros passos, o gozo e a frustação (apenas uma não mostrou abertamente desmotivação). Para finalizar, concluímos que a narrativa é uma excelente ferramenta para entender a profissão de Secretariado Executivo por meio de dilemas de suas expectativas, crenças e conflitos.
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