PROTAGONISMO DA REFORMA AGRÁRIA NO PARANÁ EM ÉPOCA DE PANDEMIA: AS AÇÕES DE SOLIDARIEDADE DO MST EM FATOS E FOTOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/geoq.v13i3.25971
Agências de fomento
Pesquisa realizada com apoio do CNPq, processo 421027/2016-9.

Palavras-chave:

Doação de alimentos, pandemia, reforma agrária, função social da terra.

Resumo

A campanha permanente de criminalização da luta pela terra e de invisibilização das transformações promovidas pela justiça fundiária induz amplos setores da sociedade a condenarem a reforma agrária e os sujeitos que, por meio da luta, têm conseguido fazer valer os princípios constitucionais que a legitimam. Diante de tamanho desatino, a proposta deste texto é explicitar aquilo que dá certo quando tudo parece ruir. Nesses tempos em que a pandemia amplia a profunda crise econômica, sanitária e ética instalada no Brasil, propomos apresentar e refletir sobre a iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de arrecadar alimentos produzidos pelas camponesas e camponeses de 54 acampamentos, 123 assentamentos, 21 comunidades de faxinalenses, posseiros, unidades de produção da agricultura familiar, escolas de agroecologia, cooperativas e sindicatos de trabalhadores rurais de 81 municípios distribuídos em todas as regiões do estado para doar a quem tem fome nas cidades. O mapa da solidariedade efetiva, traduzida em quase meio milhão de quilos de comida doados em 155 dias desde o início da ação, é fruto do cumprimento da função social da terra. Esse princípio a reveste do sentido civilizatório do cuidado com a casa comum. Em tempos em que os produtores de commodities lutam pela ampliação da permissividade aos agrotóxicos, pelo direito de incendiar para invadir terras protegidas e territórios ancestrais, explicitar esse jeito de plantar, colher e doar nos marcos da resistência, do trabalho árduo e da solidariedade é uma forma de assinalar que a ciência não pode ser neutra.

Biografia do Autor

Djoni Roos, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

Doutor em Geografia pela UNESP de Presidente Prudente. Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), atuando no Curso de Graduação em Geografia e nos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Desenvolvimento Rural Sustentável no campus de Marechal Cândido Rondon. Possui pesquisas nos seguintes temas: Campesinato, Renda Capitalista da Terra, Conflitos no Campo, Movimentos Sociais, Luta pela Terra e Assentamentos rurais. É coordenador do Laboratório de Geografia das Lutas no Campo e na Cidade (GEOLUTAS).

Eliane Tomiasi Paulino, Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Doutora em Geografia pela UNESP de Presidente Prudente, com pós Doutorado no Programa de Estudios del Desarrollo, da Universidad Autónoma de Zacatecas, México, International Development Studies, da Saint Mary's University, Halifax, Canadá e estágio sabático no Dipartimento di Scienze della Terra da Università Degli Studi di Torino, Itália. É professora visitante do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Londrina, Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq e membro do BR Cidades Núcleo Londrina.

Gustavo Soares, Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Geógrafo pela UFPR e designer pela UTFPR que busca, por meio da geografia, compreender a relação entre sociedade e espaço, e, por meio do design, produzir experiências significativas para as pessoas. É apaixonado pela agroecologia e por toda a relação de respeito integrada à terra. Membro do ENCONTRA.

Jorge Ramón Montenegro, Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Presidente Prudente. Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Paraná no Departamento de Geografia, nos cursos de graduação e pós-graduação. Tem experiência de pesquisa e extensão na área de Geografia, com ênfase em Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: conflitos pela terra e pelo território, movimentos sociais no campo, povos e comunidades tradicionais, questão agrária, cartografia social, giro descolonial e crítica do desenvolvimento. Coordenador do Coletivo de Estudos sobre Conflitos pelo Território e pela Terra (ENCONTTRA).

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Publicado

30-09-2020

Como Citar

ROOS, D.; PAULINO, E. T.; SOARES, G.; MONTENEGRO, J. R. PROTAGONISMO DA REFORMA AGRÁRIA NO PARANÁ EM ÉPOCA DE PANDEMIA: AS AÇÕES DE SOLIDARIEDADE DO MST EM FATOS E FOTOS. Geografia em Questão, [S. l.], v. 13, n. 3, 2020. DOI: 10.48075/geoq.v13i3.25971. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/geoemquestao/article/view/25971. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos