Nomeação e Espacialização como agentes do trágico em “Os Maias”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/odal.v1i2.24290

Palavras-chave:

Onomástica literária, Antroponomástica literária, Toponíma literária, Os Maias, Tragédia burguesa.

Resumo

Antes que as primeiras considerações desse estudo se iniciassem, aconselhar-nos-ia Steiner (2006 [1961]) que a tragédia está morta, bem como nos lembraria Saussure (2006 [1916]) de que o referente não se insere na lógica arbitrária da língua; mas, como comprova Bacon (2005 [1869]), é mais fácil desconfirmar hipóteses que tentar demonstrar que algo sempre acontecerá. Com base nessa lógica dicto simplicitere, esse estudo busca corroborar a ocasião de uma tragédia em meio à produção literária realista e a relevância de aspectos menos arbitrários da língua – os nomes próprios – para essa comprovação. Atuando de forma interdisciplinar, como permite a onomástica literária, esse trabalho situa a obra portuguesa “Os Maias” como uma tragédia híbrida luso-burguesa, bem como teoriza as funções dos antropônimos (GUÉRIOS, 1973) e do espaço, enquanto agentes trágico-determinantes da obra mencionada; função possibilitadora da perspectivização do trágico em um contexto ficcional burguês.

 

Biografia do Autor

Amanda Kristensen de Camargo, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil

Doutoranda em Letras pela UNIOESTE

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Publicado

29-07-2020

Como Citar

KRISTENSEN DE CAMARGO, A. Nomeação e Espacialização como agentes do trágico em “Os Maias”. Onomástica desde América Latina, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 2–16, 2020. DOI: 10.48075/odal.v1i2.24290. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/24290. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

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Artigos