O delito e a dignidade hipócrita em El juguete rabioso

Resumo

Este estudo analisa as questões de exclusão e alienação no contexto do poder biopolítico na narrativa de Roberto Arlt na Argentina do início do século XX. Foca-se em como El juguete rabioso representa a marginalização do “conhecimento dos pobres” em oposição ao “conhecimento de poder”. Embora o conhecimento e a tecnologia pareçam oferecer um ideal utópico de mobilidade social, o direito ao aprendizado não é garantido, e espaços públicos como as bibliotecas revelam a hipocrisia do capitalismo. Este artigo também examina como a autoridade paternal na narrativa de Arlt opera como uma forma de biopoder que controla e oprime personagens marginalizados, como os órfãos. Essas representações refletem o inconsciente social capitalista, que avalia o valor humano com base na utilidade econômica. A pesquisa demonstra como Arlt explora criticamente os mecanismos de controle social através da biopolítica e da modernização, estabelecendo limites que segregam e desumanizam os excluídos.