A bolsa amarela, de Lygia Bojunga Nunes
uma alegoria queer
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i37.34656Resumo
A partir da releitura de obras clássicas da literatura infantojuvenil, surge uma série de novos significados que refletem o zeitgeist literário contemporâneo. A bolsa amarela (1976), de Lygia Bojunga, possibilita esse tipo de releitura com enfoque específico na questão da sexualidade, de maneira a explorar de maneira mais profunda o questionamento de padrões de gênero presentes de maneira marcada na obra. Neste artigo, eu examino o romance da perspectiva de uma alegoria queer, partindo das teorias de Fletcher (2012) e Jagose (1996). Minha análise engloba a simbologia dos elementos da bolsa, sendo estes o alfinete, a guarda-chuva, os galos Afonso e Terrível, e o fecho. Assim, desenvolvo a teia de significado que estes constroem, assim como a dissidência de gênero presente em Raquel a partir de suas três vontades e os conflitos familiares que emergem na narrativa como consequência de seu distanciamento do padrão cisheteronormativo. As atitudes dos personagens e as dinâmicas do meio em que estão inseridos exploram formas não-normativas de existência e comportamento, trazendo um significado duplo para o texto, que dialoga diretamente com a vivência queer e cria uma alegoria a partir da leitura dos diferentes níveis do texto. Ao revisitar A bolsa amarela na contemporaneidade, somos capazes de observar o surgimento de novas camadas de significado que trazem o texto para a atualidade e que permitem a identificação de sujeitos da perspectiva da literatura infanto-juvenil queer.
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