“Escuras como a lascívia”

a mulher negra no colonialismo em Boca do inferno, de Ana Miranda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i38.34686

Resumo

Este estudo visa analisar a obra Boca do Inferno, de Ana Miranda (2019), investigando como a autora representa a subordinação e, por conseguinte, a desumanização da mulher negra escravizada no contexto da escravidão no Brasil colonial. A construção do não-sujeito durante o processo de escravização possibilitou o domínio do corpo negro, assim como sua transformação em produto e utilização como mercadoria; em relação às mulheres negras, a intersecção entre gênero e raça as colocou em uma posição duplamente subjugada, ocasionando o domínio de seu corpo-território e colonização de sua identidade como sujeito dotado de história e existência. Utilizando uma análise bibliográfica, analítica com viés exploratório, é possível compreender, através de recortes da obra em questão, a desumanização da mulher negra através do olhar do narrador onisciente e falas/pensamentos dos personagens apresentados. Para tanto, se faz necessário a utilização de estudiosos e historiadores como Pinsky (2010), hooks (2019), Nascimento (1978), Vergè (2020), Gonzalez (2020), dentre outros. Infere-se que, a presença da situação dos negros escravizados se configura em plano de fundo da luta por poder em meio a elite da colônia, entretanto, sua presença reitera a significação do corpo negro, principalmente o corpo negro feminino, como um corpo colonial destituído de subjetividade e identidade.

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Publicado

09-12-2025

Como Citar

FERREIRA SANTOS, M. B.; BEZERRA FILHO, F. J. “Escuras como a lascívia”: a mulher negra no colonialismo em Boca do inferno, de Ana Miranda. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 21, n. 38, 2025. DOI: 10.48075/rlhm.v21i38.34686. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/34686. Acesso em: 14 dez. 2025.

Edição

Seção

PESQUISA EM LETRAS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO E LITERATURA, ENSINO E CULTURA