Ancestralidade, maternidade e transmissão em três poemas de Cristiane Sobral
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i38.35583Resumo
O artigo analisa os poemas “Tupi-Nagô” e “Canto para Mãe África”, da obra Terra negra (2017), e “Útero da terra”, de Só por hoje vou deixar meu cabelo em paz (2022), ambos de autoria da poeta negra, Cristiane Sobral, com o objetivo de evidenciar como sua lírica negra e feminina articula temas como ancestralidade, maternidade e transmissão. A partir de uma perspectiva teórico-crítica que faz dialogar diferentes, investiga-se como a poesia de Sobral se constitui como campo de criação sensível e de resistência simbólica. A maternidade, nessa lírica, é concebida para além da dimensão biológica, funcionando como metáfora da continuidade ancestral e da potência criadora do corpo negro feminino. Por meio de imagens arquetípicas, como a mãe ancestral, a guerreira, a parteira e a deusa, a poeta constrói uma subjetividade lírica em constante trânsito entre o íntimo e o coletivo, entre o presente e o ancestral. A análise destaca também a metaforicidade, o ritmo e a oralidade como marcas poéticas e formais da poética sobralina, reafirmando seu engajamento político e estético. As análises interpretativas da lírica de Cristiane Sobral, ainda que delimitadas a um conjunto exíguo de poemas, sinalizam como a poeta encampa um posicionamento de descolonização simbólica e reinvenção da literatura afro-brasileira contemporânea, a partir de uma poesia que é ao mesmo tempo transgressora e sensível
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