Uma escrita militante
raça, educação e outras desigualdades nos contos de Lima Barreto (1904-1922)
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i38.35690Resumo
A Primeira República brasileira anunciou a igualdade, porém, manteve e aprofundou as diferenças sociais de grande parte da população. Lima Barreto (1881-1922), como escritor e romancista, procurou retratar a realidade social do Rio de Janeiro, em processo de fazer-se república, num período de reformas conservadoras e excludentes, no qual pobres e negros, como ele, não tiveram seus direitos garantidos. O escritor procurou denunciar os preconceitos que sofria através da sua escrita, criticando a sociedade brasileira a partir de seu próprio testemunho e experiência de vida. Assim sendo, a produção literária de Lima Barreto pode ser caracterizada como um discurso literário afro-brasileiro, e sua escrita possui um caráter militante e testemunhal. Considerando as características da escrita de Lima Barreto, procura-se identificar quais os fatores dessa nova organização social e política foram apontados pelo escritor como reprodutores e sustentáculos de desigualdades sociais e raciais. A análise se detém em oito contos de Lima Barreto, incluindo a obra autobiográfica Diário íntimo (1959), publicados entre 1904 e 1922. Buscou-se traçar paralelos entre a biografia de Lima Barreto, suas memórias e contos, e o momento histórico-social de produção do discurso literário do escritor. O estudo verificou que as diferenças econômicas, regionais, raciais, o acesso à educação formal e o conhecimento científico são considerados pelo romancista como fatores que contribuíram para a reprodução e manutenção de desigualdades sociais e raciais, na Primeira República.
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