Diálogos ancestrais entre os romances Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, e Água de Barrela (2016), de Eliana Alves Cruz
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i38.35864Resumo
Este artigo tem como objetivo entrecruzar as narrativas dos romances Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, com Água de Barrela (2016), de Eliana Alves Cruz. Notamos que os dois textos, embora partam de gêneros e temporalidades distintas, possuem alguns pontos em comum. Ao promover o diálogo entre as obras, compreendemos que literaturas cujas narrativas trazem a ancestralidade como elemento motor da escrita podem empreender um tipo de manifestação diaspórica que tem por veículo a literatura e que atravessa questões históricas e políticas. Dessa forma, o presente artigo propõe uma leitura dos romances a partir da ancestralidade como eixo de aproximação e diálogo entre obras produzidas em contextos diferentes, dando ênfase na emergência de um eu vinculado a um nós comunitário e no protagonismo das personagens negras. Analisamos, ainda, as estratégias discursivas mobilizadas pelas autoras, que ultrapassam a noção de concessão de voz ou fala às classes que foram subalternizadas pelos mecanismos racistas e colonialistas de seleção dos cânones historiográficos e literários. Sendo assim, objetivamos comparar os dois romances, seus pontos de interseção e seus limites, para demonstrar como a literatura produzida por pessoas negras pode abarcar um viés crítico, político e um tipo de interpretação social caros à história da historiografia e aos estudos literários brasileiros.
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