A Mãe Preta e o Pai João por uma perspectiva do poeta Bruno de Menezes
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i38.35865Resumo
Este artigo tem como objetivo verificar se há uma representação poética que se opõe ao imaginário da Mãe Preta e do Pai João como negros escravizados submissos e símbolos da falsa democracia racial brasileira. Para isso, os poemas Mãe Preta e Pai João, presentes na obra Batuque, de Bruno de Menezes, serão analisados sob a perspectiva intraétnica, conceito desenvolvido por Quince Duncan (2019). A visão de Lélia Gonzalez (2020) sobre a Mãe Preta e o Pai João como agentes da resistência passiva também é fundamental para essa análise. O eu lírico não reproduz o mito do Pai João criado pelos brancos escravistas, mas representa um senhor que, na juventude, foi um capoeirista e envelheceu por não ter sido escravizado. Já a Mãe Preta é representada pela voz poética de forma enaltecida, como expressão da ancestralidade africana e responsável pelas marcas de africanização na formação sociocultural do Brasil. Ao analisar a perspectiva intraétnica presente na poética negro-latino-americana de Bruno de Menezes, percebemos uma voz lírica que se conecta à coletividade afro-diaspórica, humanizando e ressignificando a Mãe Preta e o Pai João. Essa representação contrapõe ao discurso racista e colonizador, desconstruindo o imaginário de submissão e passividade atribuído aos dois pela branquitude escravista, que buscava sustentar a falsa democracia racial no Brasil.
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