ECOS DA GUERRA CIVIL EM A SOMBRA DO VENTO E SOLDADOS DE SALAMINA: O PAPEL DO ESCRITOR

Autores

  • Ana Rita Nunes Vaz

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v8i12.6989

Palavras-chave:

literatura espanhola, guerra civil, memória

Resumo

Neste artigo, pretendo fazer uma comparação entre duas obras: A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón e Soldados de Salamina de Javier Cercas. Ambas as obras foram publicadas em 2001, têm como pano de fundo a cidade de Barcelona e a região da Catalunha e trazem nas suas linhas ecos da guerra civil e da história de Espanha. De modos distintos, os seus narradores vão empenhar-se numa investigação que os leva a tecer uma manta de retalhos com todas as histórias, livros e pessoas com quem se cruzam. Nessa busca incessante pela verdade, percebemos que ela não é una, pois cada um tem a sua versão dos factos, cada um leva consigo uma peça importante no grande puzzle da reconstrução histórica. O leitor, por sua vez, desfia essa manta de retalhos e vai aprendendo histórias que viveram nas sombras e agora se resgatam, vai reconhecendo traços da sociedade espanhola e o impacto que teve a guerra e o «pacto de silencio». Quis sobretudo assinalar a importância do escritor para manter viva a História e tudo o que faz parte dela, a importância do escritor para reflectir sobre a veracidade dos factos, a verosimilhança dos testemunhos, a memória transfigurada e a heroicidade dos seus protagonistas. Se continuamos vivos enquanto nos recordam, recordemo-nos do passado para que o presente possa manter viva essa herança e, assim, construirmos um futuro melhor.

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Publicado

06-12-2012

Como Citar

VAZ, A. R. N. ECOS DA GUERRA CIVIL EM A SOMBRA DO VENTO E SOLDADOS DE SALAMINA: O PAPEL DO ESCRITOR. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 8, n. 12, 2012. DOI: 10.48075/rlhm.v8i12.6989. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/6989. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ VISÕES E (RE)VISÕES DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA NA LITERATURA