CALCANHAR DE AQUILES DA GERAÇÃO 1870: MACHADO DE ASSIS E O PROBLEMA DA RECEPÇÃO DO REPERTÓRIO EXTERNO

Autores

  • Daniel PINHA Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.36449/rth.v23i2.23627
Agências de fomento
Universidade do Estado Rio de Janeiro, Departamento de História

Palavras-chave:

Machado de Assis, Geração de 1870, modernidade brasileira

Resumo

O artigo analisa a crítica que Machado de Assis apresenta à Geração de 1870, especialmente no texto “A nova geração” (1879). Trata-se de um contexto de efervescência do discurso de modernidade no Brasil, animado pela circulação de um repertório cientificista apreendido como moderno, por um sentimento de crise política e esgotamento do modelo romântico. Para Machado, a produção letrada de Silvio Romero expressa este sentimento, por isso ele será tomado aqui como exemplo-síntese da nova geração. Se no caso brasileiro a direção das novas ideias reconhecidamente vem de fora, em Machado tal vocação eleva a tarefa receptiva e em sua capacidade de confrontar o novo repertório às particularidades do meio brasileiro, constituindo uma forma. Eis o Calcanhar de Aquiles da Geração de 1870, sobre o qual o presente artigo se desenvolve.

 

Biografia do Autor

Daniel PINHA, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Daniel Pinha, Doutor em História Social da Cultura pela PUC-Rio, Professor da área de História do Brasil do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Referências

ALONSO, A. Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império. São Paulo, Paz e Terra, 2002.

ASSIS, J. M. M. de. Obra completa. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1962, 3 v.

BAPTISTA, A. B. A formação do nome: duas interrogações sobre Machado de Assis. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2003.

CANDIDO, A. Silvio Romero: teoria, crítica e história literária. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.

GUIMARÃES, H. de S. Machado de Assis, o escritor que nos lê: a figura e a obra machadianas através da recepção e das polêmicas. São Paulo: Editora da Unesp, 2017.

KOSELLECK, R. Futuro passado: Contribuição à semântica dos Tempos Históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/ PUC-Rio, 2006.

MATTOS, I. R. O Tempo Saquarema. Rio de Janeiro: Access, 1994.

MELLO, M. T. C. de. A República Consentida: cultura democrática e científica do final do Império. Rio de Janeiro: Editora FGV: Editora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Edur), 2007.

PALTI, E. J. El tiempo de la política. El siglo XIX reconsiderado. Buenos Aires: Siglo XXI, 2007.

PINHA, D. Apropriação e recusa: Machado de Assis e o debate sobre a modernidade brasileira na década de 1870 [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2012.

ROCHA, J. C. de C. Machado de Assis: por uma poética da Emulação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

ROMERO, S. Explicações indispensáveis: Prólogo a Tobias Barreto. In: Vários escritos. 1ª. ed. Rio de Janeiro, 1900.

ROMERO, S. Introdução de A literatura brasileira e a crítica moderna. In: CANDIDO, A. Silvio Romero: teoria, crítica e história literária. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.

ROMERO, S. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Garnier, 1902, 2 vols.

ROMERO, S. O método crítico de Silvio Romero. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.

SALLES, R. Nostalgia Imperial: A formação da identidade nacional no Brasil do Segundo Reinado. Topbooks, Rio de Janeiro, 1996.

SCHNEIDER, A. L. Silvio Romero, hermeneuta do Brasil. São Paulo: Anablume, 2005.

SCHNEIDER, A. L. Machado de Assis e Silvio Romero: escravismo, raça e cientificismo em tempos de campanha abolicionista (década de 1880). ALMANACK, n. 18, p. 451-488, 2018.

SCHNEIDER, A. L. Sílvio Romero e Machado de Assis: leituras e dissensos do fim do Oitocentos. Intelligere, v. 2, p. 49-67, 2016.

SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHWARZ, R. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Liv. Duas Cidades/ Editora 34, 2000.

STAROBINSKI, J. As máscaras da civilização – ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

TURIN, R. Uma nobre, difícil e útil empresa: o ethos do historiador oitocentista. In: História da Historiografia, número 02, março de 2009.

Downloads

Publicado

14-04-2020

Como Citar

PINHA, D. CALCANHAR DE AQUILES DA GERAÇÃO 1870: MACHADO DE ASSIS E O PROBLEMA DA RECEPÇÃO DO REPERTÓRIO EXTERNO. Tempos Históricos, [S. l.], v. 23, n. 2, p. 20–40, 2020. DOI: 10.36449/rth.v23i2.23627. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/temposhistoricos/article/view/23627. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático