O MEB como agente da modernização do campo brasileiro, 1961 – 1964

Autores

  • Max Fellipe Cezario Porphirio

DOI:

https://doi.org/10.36449/rth.v26i2.28289

Palavras-chave:

Reforma agrária; Igreja; Desenvolvimento rural; Educação do campo.

Resumo

Nosso artigo propõe abordar o Movimento de Educação de Base a partir de uma nova perspectiva analítica. Diferentemente da historiografia sobre o movimento – que não discute o lugar desta força política nos debates agrários nacionais –, buscamos analisar a ação política do MEB no campo brasileiro, entre 1961 e 1964. Nesse sentido, discutimos como a natureza da reforma agrária foi caracterizada na cartilha “Viver é lutar”. Procuramos fazer uma análise bidimensional dessa cartilha, discutindo tanto sua estrutura textual como a conjuntura político-econômica na qual se inseriam – considerando-as, ao mesmo tempo, práticas sociais reflexivas dos conflitos de classe e elementos por meio dos quais se buscava intervir e alterar os modos de vida. Tal análise é fundamental para dar sentido histórico aos projetos e processos de desenvolvimento rural.

Biografia do Autor

Max Fellipe Cezario Porphirio

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Possui graduação e mestrado em História pela mesma universidade.

Referências

A ARMADILHA PSICOLÓGICA, O Globo, Rio de Janeiro, 28/02/1964, p.3.

ADRIANO, Ione Gomes. O Movimento de Educação de Base em Goiás e o papel dos intelectuais-monitores (1961-1966). 2012. 196p. Dissertação (Mestrado em Educação). PUC. Goiânia, 2012.

ALVES, Kelly Ludkiewicz. Entre as cartas e o rádio. 2016. 160p. Tese (Doutorado em Educação). PUC. São Paulo, 2016.

AMMANN, Safira Bezerra. Ideologia do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

ANCAR EM CARUARU ESTÁ TREINANDO LÍDERES RURAIS, Diário de Pernambuco, Recife, 28/07/1962, p.5, segundo caderno.

ARGOLO, Idália Maria Itibiriçá. A Educação à distância no Estado da Bahia - 1961-1979 - MEB, SERTE e a criação do IRDEB. 2010. 135p. Dissertação (Mestrado em Educação). UNEB. Salvador, 2010.

BERNSTEIN, Henry. Dinâmicas de classe da mudança agrária. Tradução de Beatriz Medina. São Paulo: Editora Unesp, 2001.

BEZERRA, Viviane. “Porque se nóis não agir o pudê não sabe se nóis isiste nu mundo”. 2008. 210p. Dissertação (Mestrado em História Social). UFC. Fortaleza, 2008.

BRASIL. Decreto nº 50.370, 1961.

CARVALHO, Abdias Vilar de. A Igreja católica e a questão agrária. In: PAIVA, Vanilda. Igreja e questão agrária. São Paulo: Loyola, 1985, p.68- 109.

CÍRCULO DE BAKHTIN. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 2. ed. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Editora Hucitec, 1981.

CRESPO, Enes Paulo. Paulo Crespo (depoimento, 1978). Rio de Janeiro. CPDOC, 1990.

DIOCESE DE NAZARÉ INAUGURA O CENTRO RADIOFÔNICO DE EDUCAÇÃO RURAL, Diário de Pernambuco, Recife, 6/4/1961, p.8, segundo caderno.

FÁVERO, Osmar. Uma pedagogia da participação popular. Campinas: Autores Associados, 2006.

GORENDER, Jacob. Combate nas trevas. 4. ed. São Paulo: Editora Ática, 1990.

GUIA DO CAMPONÊS, Liga, Rio de Janeiro, 16/10/1962, p.5.

HERRERA-JARAMILLO, Mauricio. La invención de la educación fundamental integral. 2019. 270p. Tese (Doutorado em História). USP. São Paulo, 2019.

JACCOUD, Vera. Movimento de Educação de Base (M.E.B.), 1966.

JOÃO XXIII. Mater et Magistra, 1961. KADT, Emanuel. Católicos Radicais no Brasil. Brasília, DF: UNESCO/MEC, 2007.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Tradução de Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Boitempo, 2007.

MEB. Apostila 2 - série A, 1962.

MEB. Boletim do MEB, nº2, 1963b.

MEB. Boletim MEB, nº 1, 1963a.

MEB. Conjunto Didático Viver é lutar, 1964.

MEB. Convênio entre o Conselho Nacional de Serviço Social Rural e a CNBB, 1961.

MEB. Convênio entre o Ministério da Agricultura e a Conferência Nacional dos bispos do Brasil, 1961a.

MEB. Documentos Legais – Apostila 1, série A, 1961b.

MEB. Evolução da educação de base e o desenvolvimento comunitário (Apostila 2), 1961c.

MEB. I Encontro de Coordenadores (Conclusões I), 1962a.

MEB. I Encontro de Coordenadores (Conclusões II), 1962b.

MEB. I Encontro de Coordenadores (Protesto), 1962c.

MEB. Projeto de criação, 1961d.

MEB. Reforma Agrária, 1962d. MEB. Apostila 6 – Série A, 1963.

MEB. Relatório Anual de 1963, 1964a.

MEB. Série Programas de Educação Política. Recife, 1963c.

MEB. Trabalhos realizados em 1962, 1963d.

MEB. Viver é lutar, 1963e.

MEDEIROS, Leonilde. Movimentos Sociais no Campo, Lutas por Direitos e Reforma Agrária na Segunda Metade do Século XX. In: CARTER, Miguel (Org.). Combatendo a desigualdade social. Tradução de Cristina Yamagami. São Paulo: Editora Unesp, 2010. p.113-136.

MENDONÇA, Sônia Regina. Estado, Educação Rural e Influência NorteAmericana. Tempo. Niterói, v.15, p.139-165. 2010.

MENEZES, João Paulo Dias de. O Movimento de Educação de Base no período 1961-1964. 2017. 221p. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos). UFPE. Recife, 2017.

MILHÕES DE ANALFABETOS APRENDERÃO PELO RÁDIO, A Noite, Rio de Janeiro, 4 /4/1961, p.6.

MORAIS, Clodomir Santos de. História das ligas Camponesas do Brasil. 1969. Disponível em: Acessado em: 26/8/2018.

MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE PLANEJANDO ATIVIDADES NO ESTADO, Diário de Pernambuco, Recife, 14/7/1961, p.8, segundo caderno.

NOVAES, Regina Reyes. De Corpo e Alma. Rio de Janeiro: Ed. Graphia, 1997.

PAGE, Joseph A. A revolução que nunca houve. Rio de Janeiro: Record, 1972.

PAIVA, Marlúcia Menezes (Org.). Escolas radiofônicas de Natal. Brasília: Liber Livro, 2009.

PEIXOTO, José Pereira. A travessia do popular na contradança da educação. Goiânia: Editora da Universidade Católica de Goiás, 2003.

PEREIRA, João Márcio Mendes e ALENTEJANO, Paulo. Terra, poder e lutas sociais no campo brasileiro. Tempos Históricos, v. 18, n.1, 1º semestre de 2014, p.73-111.

PORPHIRIO, Max. Você sabia? O lúdico como ferramenta organizativa no periódico Terra Livre (1954-64). Estudos Sociedade & Agricultura, outubro 2017, vol. 25, n.3, p.642-670.

PREVIDÊNCIA SOCIAL PARA OS TRABALHADORES DO CAMPO, Terra Livre, São Paulo, junho de 1961, p.2.

QUADROS, Jânio. Mensagem ao congresso nacional, 1961.

RIBEIRO, Ricardo Alaggio. A Aliança para o Progresso e as relações BrasilEUA. 2006. 384p. Tese (Doutorado). UNICAMP. Campinas, 2006.

RICCI, Rudá. Terra de Ninguém. Campinas: Editora da Unicamp, 1999.

RODRIGUES, Edivânia Duarte. Estratégias argumentativas na Construção do Discurso Ideológico. 2009. 182p. Dissertação (Mestrado em Letras). UFRN. Natal, 2009.

ROMANO, Roberto. Brasil. São Paulo: Kairós Livraria e Editora, 1979.

SANTOS, Alessandra Maria. A interiorização da educação popular em Pernambuco (1956 a 1964). 2014. 121p. Dissertação (Mestrado). UFPE. Recife, 2014.

SILVA, Claiton Marcio da. Agricultura e cooperação internacional. 2009. 225p. Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde). Fiocruz. Rio de Janeiro, 2009.

SILVA, Leusa Alves de Moura. A educação popular e sindicalismo. 2006. 140p. Dissertação (Mestrado em Educação). UFG. Goiânia, 2006.

SOUZA, Cláudia Moraes de. Pelas ondas do rádio. 2007. 365p. Tese (Doutorado em História Social). USP. São Paulo, 2007.

TAPIA, Jorge. Capitalismo e questão agrária. 1986. 612p. Tese (Mestrado). Unicamp. Campinas, 1986.

TOLEDO, Caio Navarro. 1964. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 24, n. 47, p.15-28. 2004.

WANDERLEY, Luiz Eduardo. Educar para transformar. Vozes: Petrópolis, 1984.

WELCH, Clifford. A Semente foi plantada. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

Downloads

Publicado

21-12-2022

Como Citar

PORPHIRIO, M. F. C. O MEB como agente da modernização do campo brasileiro, 1961 – 1964. Tempos Históricos, [S. l.], v. 26, n. 2, p. 209–242, 2022. DOI: 10.36449/rth.v26i2.28289. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/temposhistoricos/article/view/28289. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos