A rede urbana atlântica colonial do Baixo Sul baiano e as marcas da agência indígena
DOI:
https://doi.org/10.36449/rth.v28i2.33093Palavras-chave:
Baixo Sul da Bahia, urbanização, protagonismo indígenaResumo
Trata-se de uma investigação sobre a formação da rede urbana colonial do Baixo Sul baiano (Bahia, Brasil) entre os séculos XVI e XIX. Naqueles territórios, as experiências de catequese e aldeamento dos jesuítas se iniciaram ainda no século XVI, sendo que as primeiras povoações portuguesas surgiram no arquipélago de Cairu, Tinharé e Boipeba no início do século XVII, seguida da formação de outros núcleos no continente que posteriormente evoluiriam para a condição de freguesias, povoações e vilas. O processo de urbanização contou, para além dos portugueses, com o protagonismo de outros agentes, cujas marcas, apesar de invisibilizadas na memória regional e na historiografia, ficaram gravadas na toponímia, na urdidura da rede e na tessitura dos núcleos urbanos. O intento desse artigo é justamente repensar aquele processo de urbanização, buscando fazer emergir as ações daqueles protagonistas invisibilizados, sobretudo dos povos originários. Através de fontes textuais produzidas por autoridades coloniais e religiosos e um conjunto cartográfico daquele período, busca-se identificar traços da paisagem que manifestam os interesses e os sentidos das intervenções dos diferentes grupos humanos no ambiente físico.
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