Vol. 4 Núm. 1 (2021): Dossiê Harada

Este dossiê traz à memória o pensador frei Hermógenes Harada ofm (1928-2009), e seu pensamento. É a gratidão que entoa este trazer à memória, que é, ele mesmo, um empenho de pensar. O pensar acontece, aqui, como uma experiência de uma finitude agraciada. É que para pensar, não nos bastamos a nós mesmos. Precisamos já sempre de outro que nos pro-voque. Precisamos da interpelação daquilo que nos chama ao pensar. Precisamos do diálogo com o outro de nós mesmos e com o outro dos outros também. Como exercício de finitude, o empenho do pensar acontece sempre ao modo de uma finitude agraciada. Por isso, pensar é sempre, de algum modo, agradecer. E, vice-versa, agradecer é pensar. O agradecer se dá desde a memória do coração: é re-cordação. Esta memória remonta não simplesmente ao já passado como fato, mas sim, muito mais, ao ainda vigente na concentração de seu vigor, que recolhido e latente, como possibilidade de ser resguardada no im-pensado, já se lançou rumo ao futuro, nos antecedendo sempre de novo. É esta vigência que nos possibilidade responder, sempre de novo, de modo criativo, ao apelo do porvir.