FERREIRA GULLAR E O ESTADO DE EXCEÇÃO: FORMALIZAÇÃO ESTÉTICA DIANTE DO PROCESSO SOCIAL

Autores

  • Adonis Nóbrega da Silva

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v10i15.10268

Palavras-chave:

Tradição crítica, Golpe de 64, Dentro da noite veloz, Homem Comum

Resumo

A tradição crítica que se ocupa do estudo da obra de Ferreira Gullar, em linhas gerais, prioriza o estudo do livro Dentro da noite veloz (constituído por poemas pré e pós-Golpe de 64) tendo como foco principal a passagem de um artista ponta-de-lança do projeto Neoconcreto para um escritor de literatura de cordel, fato que, segundo essa perspectiva analítica, marca o início da fase participante do artista. Tal enfoque, ao valorizar o momento histórico pelo qual passava o país, sem atentar para as relações por vezes contraditórias entre texto e contexto, associa a produção desse período às formulações gerais do “Anteprojeto do manifesto do CPC” (escrito por Carlos Estevam Martins), deixando de lado a devida preocupação com a mediação entre forma literária e processo social, essência da elaboração artística. Com isso, as composições desse momento histórico passaram a ser constantemente caracterizadas como dogmáticas e simplistas, perspectiva de análise que generalizou, de modo unilateral, as relações entre as formulações teóricas e as produções artísticas à esquerda da época. Criou-se uma tradição crítica em torno da qual a produção de Ferreira Gullar passou a ser vista como um bloco monolítico. A partir disso, o propósito desse artigo é mostrar um viés alternativo, que entenda o processo social vivido na época, considerando-o como ponto de partida para uma proposta artística, com seus limites e alcances.

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Publicado

12-02-2015

Como Citar

DA SILVA, A. N. FERREIRA GULLAR E O ESTADO DE EXCEÇÃO: FORMALIZAÇÃO ESTÉTICA DIANTE DO PROCESSO SOCIAL. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 10, n. 15, 2015. DOI: 10.48075/rlhm.v10i15.10268. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/10268. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ DITADURAS, MEMÓRIAS E SUAS REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS