Simbiose: tradução recíproca e duplicidade da autoria em sertão e ser-língua

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v19i33.30850

Resumo

Em 2003, a Editora Nova Fronteira lança João Guimarães Rosa: Correspondência com seu tradutor alemão Curt Meyer-Clason (1958 – 1967), organizada por Maria Aparecida Bussolotti e traduzida por Erlon José Paschoal. Esse livro revela diversos apontamentos acerca dos processos de tradução e (re)criação de Grande Sertão: Veredas e “a amizade mais estreita” (PASCHOAL, 2008, p. 186) surgida entre Meyer-Clason e Rosa. Cinco anos após traduzir a correspondência entre os dois citados escritores, Erlon José Paschoal incita a ascendência do debate sobre a questão da convivência e da proximidade entre autor e tradutor bem como suas consequências para a tradução de uma obra literária em Uma recriação fiel: Diálogos entre o autor e seu tradutor (2008). A partir disto, procuraremos expor, à luz dos apontamentos de Paschoal e outros estudiosos do tema, como a relação entre autor\tradutor foi constituída de forma opositiva ao longo dos séculos sob diferentes aspectos nas teorias de tradução. Em seguida, buscaremos apontar para o cerne dessa oposição nos estudos de tradução. Por fim, demonstraremos que, em uma relação de complementaridade, a aproximação entre ambos, autor e tradutor, não somente é prolífica para a (re)criação literária e para as discussões acerca dos estudos da tradução, mas também torna possível formular uma reflexão acerca de uma “tradução recíproca” (OTTONI, 2005, p. 16). Para tanto, tomaremos como base a proposta de Paschoal de “simbiose” (PASCHOAL, 2008, p. 187) para propor a “duplicidade da autoria” (LAGES, 2002, p. 82) de uma tradução literária.

Biografia do Autor

Eloa Carvalho Pires, Universidade Federal do Ceará

Graduada em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo. Mestra em Letras pela mesma universidade, sendo contemplada com bolsa FAPES. Doutora em Letras pelo PPGL, contemplada com Bolsa FAPES. Faz parte do Programa Quinta Habilidade: Tradução e ensino (2003) do Centro de Ciências Humanas e Naturais do Departamento de Línguas e Letras da Ufes desde 2006. Já atuou como Professora de Língua Portuguesa para Estrangeiros no Centro de Línguas para a Comunidade da Ufes e na Skill. Exerceu a função de monitora de formação para o Curso de Formação Continuada ( esse curso foi montado após Grupo de Estudos com índios das Aldeias de Aracruz, tupis e guaranis) "Tradutores em diálogo com Comunidades Indígenas" para professores de vários municípios do Espírito Santo . Atuou como Monitora para nivelamento de Português para turmas iniciantes de Psicologia na UNIVIX. Corrige textos, monografias, dissertações e já ministrou aulas de Português e Redação Oficial para concursos, vestibulares e para o Núcleo de Treinamento dos Servidores da UFES. Trabalhou na escola de inglês CNA, nas unidade da Praia do Canto e Jardim Camburi. Atualmente é professora efetiva da Secretaria de Educação do Espírito Santo na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marcílio Dias na Barra do Jucu, um dos pólos culturais de Vila Velha. Tem experiência na área de Letras com ênfase em Estudos da Tradução atuando nos seguintes temas: tradução, literatura, linguística, linguagens, culturas, danças, ensino,interdisciplinaridade. Possui curso de qualificação Profissional de Dança Contemporânea na FAFI. Idealizadora do Grupo de Danças Ubuntu Fristailli, vencedor de prêmio do Edital de Coletivos Artísticos (2015 e 2016), Valorização da Cultura Hip Hop (2016 e 2017) e Edital de Cultura e Artes Ocupação Social (2016) pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Espírito Santo em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos. Recebeu a Moção de Aplauso da Prefeitura Municipal de Vila Velha, homenagem à professora e seus alunos pelo bem educacional e cultural que promovem em uma região de alto risco social. Foi selecionada para participar do Summer School Translating the Other: Translating Each Other da Universidade de Concordia no Canadá em 2019, difundindo a literatura brasileira fora do país com sua tese e participou do Translation Slam, com poesias em mais de 12 línguas. Atualmente, é aluna da primeira turma do Curso de Letras Inglês (Segunda Licenciatura) na modalidade EaD pelo IFES e aluna do Mestrado em Estudos da Tradução na Universidade Federal do Ceará (Fortaleza).

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Publicado

02-08-2023

Como Citar

CARVALHO PIRES, E. Simbiose: tradução recíproca e duplicidade da autoria em sertão e ser-língua. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 19, n. 33, 2023. DOI: 10.48075/rlhm.v19i33.30850. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/30850. Acesso em: 10 maio. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ TRADUÇÃO LITERÁRIA: REFLEXÕES TEÓRICAS, PRÁTICAS E ANALÍTICAS INSURGENTES