Transcendendo as fronteiras do patriarcado
Questões de gênero em Um mapa todo seu, de Ana Maria Machado
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i38.34927Resumo
O presente artigo propõe uma análise do entrelaçamento entre história e literatura, buscando identificar questões de gênero no romance Um mapa todo seu, de Ana Maria Machado. Com embasamento em Antônio Candido (1985) e nas contribuições de Sandra Pesavento (2006), investiga-se como os fatores externos à obra reverberam nas criações artísticas e contribuem para a formação do produto literário. Ao analisar o romance de Ana Maria Machado (2015), o estudo examina os aspectos sociais de uma cultura patriarcal imbricada na narrativa, fundamentando-se em teóricos como Joan Scott (2019) e Pierre Bourdieu (2012). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa e cunho exploratório, que busca verificar os elementos históricos imersos no romance e revelar o atravessamento de práticas sociais de uma cultura patriarcal dominante, sob o aporte teórico de Linda Hutcheon (1991) e Fredric Jameson (2007). Os resultados da pesquisa demonstram como o imaginário atua na construção do romance histórico e evidenciam, nos personagens, manifestações de uma cultura patriarcal. Destaca-se nesse contexto, a figura de Eufrásia Teixeira Leite como uma representação do movimento de subversão desse patriarcalismo cerceador, que se manifesta por meio de personas masculinas que simbolizam as imposições de dicotomias de gênero imperantes à época em que se desenvolve a narrativa.
Palavras-chave: Patriarcado. Questões de Gênero. Romance histórico. Ana Maria Machado. Um mapa todo seu.
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