A NARRATIVA DE CAIO FERNANDO ABREU E A CONFIGURAÇÃO DE UM CAMPO HOMOERÓTICO NAS ARTES BRASILEIRAS
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v10i15.10680Palavras-chave:
Homoerotismo, Literatura e Artes, Ditadura MilitarResumo
Entre as décadas de 1960 e 70 inicia-se um processo de desmarginalização do tema da homossexualidade nas artes brasileiras. Neste artigo, buscamos analisar a configuração desse novo campo artístico, em que o desejo homoerótico passa a ser tratado de forma distinta dos discursos tradicionais e preconceituosos que sempre marcaram sua representação. Dentro desse campo, buscamos pensar como a narrativa de Caio Fernando Abreu se insere, por meio de uma escrita que legitima o desejo homoerótico, participando do advento do que seria uma “homotextualidade”, termo que serve para nomear essa nova possibilidade de representação do amor que, até então, “não ousava dizer o nome”. Aliado a outros campos artísticos e sociais, como o teatro, a imprensa e a militância política, a temática homoerótica passa a ocupar um novo espaço, ainda que em conflito com as noções então vigentes de arte engajada voltada para a conscientização da classe trabalhadora. Em conflito também com condições políticas específicas, como o recrudescimento da Ditadura em 1968 e a abertura política iniciada em fins da década seguinte. Assim, entendemos que esse novo olhar das artes sobre o tema e, especificamente, a escolha de Caio Fernando Abreu em representá-lo literariamente de forma livre, acabam por adquirir um sentido político de resistência.
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