DIÁSPORA E BABEL EM CINEMA, ASPIRINA E URUBUS
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v14i24.21251Keywords:
Cinema, Estudos Comparados, Cinema BrasileiroAbstract
No presente estudo, refletiremos sobre o filme Cinema, aspirina e urubus (2005), do cineasta Marcelo Gomes. Cinema Aspirina e Urubus, cujas matérias transitam entre o documental e o ficcional, narra a história de Johann, um imigrante alemão que se refugia no Brasil para não lutar na Segunda Guerra Mundial; e de Ranulpho, um retirante que deseja ir-se embora para o Rio de Janeiro no intento de escapar da seca e da miséria que assolam o sertão nordestino. A partir do espelhamento de conflitos vividos e da ânsia por um futuro melhor, estabelece-se a amizade entre Johann e Ranulpho. Juntos percorrem o sertão levando a aspirina e o cinema, elementos de estranhamento no entorno do sertão. Neste contexto, a chegada do estrangeiro, Johann, faz representar a inserção do universo dionisíaco, profano, que se infiltra no universo sagrado do sertão, sendo, pois, o cinema o objeto de encantamento, de sedução. No filme, vemos que a chegada deste estrangeiro é permitida somente porque a sociedade na qual ele se insere encontra-se em crise – assim como seu chão de origem, a Alemanha. A luz que projeta o cinema representa, neste contexto, a chegada de um elemento que reaviva a esperança de um povo marginalizado. Assim, neste artigo, serão analisadas as implicações sociais e simbólicas que ocorrem a partir da relação entre o espaço de origem e a renúncia de identidade oficial das personagens, assim como os elementos que envolvem a não-renúncia dos que permanecem no sertão de forma precariamente incluídos. Discutir-se-á também acerca da relação simbólica entre o espaço sacralizado do sertão e sua gente. Estes temas surgem nesta pesquisa enquanto “re-criação” da realidade por meio de sons e imagens em movimento. O conceito de Babel, preconizado por Jorge Larosa e Carlos Skliar, dará o tom na interpretação da poética da diferença.
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