Traição, oportunismo e rebeldia

uma leitura histórica de Calabar

Autores/as

  • Lucas André Berno Kölln Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i32.29640

Resumen

Esse artigo se propõe a fazer uma leitura historiográfica da peça Calabar – O elogio da traição de Chico Buarque e Ruy Guerra, escrita entre 1972-1973, dando especial atenção aos variadores sentidos políticos atribuídos à traição. Através de recursos dramatúrgicos, da didascália, e do retrato dos diversos personagens, a traição de Calabar é colocada em perspectiva no texto da peça, criando circunstâncias que permitem um tratamento ambíguo de suas ações, e que levam, eventualmente, a uma certa inversão de sinal quanto ao seu significado político: de traidor a herói. Ao mesmo tempo, essa inversão altera o significado das ações dos demais personagens, que são pouco a pouco revelados sujeitos conformados e, mesmo, oportunistas. A proposta do artigo é a de pensar como essas escolhas estéticas e políticas foram historicamente calcadas na experiência de viver sob a ditadura militar brasileira, e deliberadamente transformadas em anacronismo, de modo a sugerir analogias tanto sobre os opositores do regime militar de então, quanto aos seus apoiadores mais discretos.

Biografía del autor/a

Lucas André Berno Kölln, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História Econômica da Universidade de São Paulo

Publicado

24-01-2023

Cómo citar

BERNO KÖLLN, L. A. Traição, oportunismo e rebeldia: uma leitura histórica de Calabar. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 18, n. 32, 2023. DOI: 10.48075/rlhm.v18i32.29640. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/29640. Acesso em: 30 abr. 2025.

Número

Sección

DOSSIÊ TEATRO LATINO-AMERICANO CONTEMPORÂNEO: MEMÓRIA E TESTEMUNHO