As participações indígenas nas guerras no Cabo do Norte

Autores

  • Bruno Rafael Machado Nascimento Professor de História da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Amapá e professor substituto no colegiado de História da UNIFAP. https://orcid.org/0000-0003-2127-1400

DOI:

https://doi.org/10.36449/rth.v25i1.24531
Agências de fomento

Palavras-chave:

Agências indígenas, Guerras, Fortificações.

Resumo

Este artigo tem objetivo de desvelar as agências indígenas nos conflitos entre portugueses, holandeses, ingleses e irlandeses pela conquista do Cabo do Norte (parte do atual Estado do Amapá) na primeira metade do século XVII. A partir da leitura histórica e antropológica das fontes, percebeu-se como os ameríndios criaram táticas de sobrevivência em contextos desfavoráveis, e como os europeus foram dependentes dessas sociedades que conheciam muito bem a Amazônia, sobretudo, nas guerras por controle do território. Demonstra-se como as alianças com as populações nativas e os usos de seus guerreiros em combates foram decisivas para as vitórias ou derrotas dos colonizadores.

Biografia do Autor

Bruno Rafael Machado Nascimento, Professor de História da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Amapá e professor substituto no colegiado de História da UNIFAP.

Mestre em Ensino de História (PROFHISTÓRIA-UNIFAP), pesquiso as presenças jesuíticas e indígenas na Amazônia colonial (Brasil e Guiana francesa), o ensino da História escolar e História do Amapá.

 

Referências

ALBERNAZ I, João Teixeira. Dêscripção de todo o marítimo da Terra de Santa Cruz chamado vulgarmente, o Brazil. Lisboa: Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 1640.

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. História e antropologia. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (Orgs.). Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 151-168.

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

ALVES FILHO, Armando; SOUZA JÚNIOR, José Alves de; BEZERRA NETO, José Maia. Pontos de História da Amazônia. v 1, 3 ed. rev. ampl. Belém: Paka-Tatu, 2001.

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

BAENA, Antônio Ladislau Monteiro. Compêndio das eras da província do Pará. Belém: Tipografia de Santos & Santos Menor, 1838.

BERREDO, Bernardo Pereira de. Annaes Históricos do Estado do Maranhaõ, em que se dá notícia do seu descobrimento, e tudo o mais que nelle tem sucedido desde o ano em que foi descuberto até o de 1718. Lisboa: Oficina de Francisco Luiz Ameno, 1749.

BETTENDORFF, João Felipe. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão. Belém: Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves/Secretaria de Estado da Cultura, 1990.

BLUTEAU, Rafael. Diccionario da lingua portugueza composto pelo padre D. Rafael Bluteau, reformado, e accrescentado por Antonio de Moraes Silva natural do Rio de Janeiro. Tomo II, Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789.

BONILLO, Pablo Ibáñes. La conquista portuguesa del estuario amazónico. Tese (Doutorado em História) – Departamento de Geografía, Historia y Filosofía da Universidad Pablo de Olavide de Sevilla, Sevilla, 2015.

CARDOSO, Alírio. Canoa e arcabuz: a guerra hispano-holandesa na Amazônia (1621-1644). In: CARDOSO, Alírio, BASTOS, Carlos; NOGUEIRA, Shirley (org.). História militar da Amazônia. Curitiba: Editora CRV, 2015. p. 33-56.

CARVALHO JÚNIOR, Almir Diniz de. Índios cristãos. Curitiba: CRV, 2017. COELHO, Mauro Cezar. O imenso Portugal. Revista Territórios e Fronteiras, Cuiabá, v. 1, n. 1, p. 263-283, jan./jun. 2008. Disponível em: http://ppghis.com/territorios&fronteiras/index.php/v03n02/article/view/13/13.

CRUZ, Roberto Borges da. A farinha de cada dia. In: CHAMBOULEYRON, Rafael; SOUZA JUNIOR, José Alves de. (Orgs.). Novos olhares sobre a Amazônia colonial. Belém: Paka-Tatu, 2016. p. 221-238.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Introdução a uma História indígena. In: CUNHA, Manuela Carneiro da. (org.). História dos índios no Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 9-24.

CUNHA, Manuela Carneiro da; CASTRO, Eduardo Viveiros de. Vingança e temporalidade. Journal de la Société des Américanistes, Paris, t. 71, p. 191- 208, 1985. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/jsa_0037- 9174_1985_num_71_1_2262

DIAS, Camila; BOMBARDI, Fernanda A. O que dizem as licenças? Flexibilização da legislação e recrutamento particular de trabalhadores indígenas no Estado do Maranhão (1680-1755). Revista História, São Paulo, n. 175, p. 249-280, jul./dez. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rh/n175/2316-9141-rh-175-00249.pdf.

DOMINGUES, Ângela. Quando os índios eram vassalos. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2000.

FARAGE, NÁDIA. As muralhas dos sertões. Rio de Janeiro: Paz e Terra; ANPOCS, 1991.

FERNANDES, Florestan. A função social da guerra na sociedade tupinambá. 3. ed. São Paulo: Globo, 2006.

FIGUEIRA, Luis. Memorial sobre as terras e gentes do Maranhão, Grão-Pará e rio das Amazonas. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Tomo 94, vol. 148. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1927. p. 423-432.

FIGUEIRA, Luis. relaçam de vários successos acontecidos no Maranham e Gram Para, assim de paz como de guerra, contra o rebelde Olandes Ingreses e Franceses, e outras nações. Annaes da Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Tomo I, Belém: Imprensa de Alfredo Augusto Silva, 1902. Disponível em: https://ufdc.ufl.edu/AA00013075/00001/3x.

GINZBURG, Carlo. Sinais. In: GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais. Tradução de Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 143- 179.

HENRIQUE, Márcio Couto. Sem vieira nem Pombal. Rio de Janeiro: EDUERG, 2018.

HULSMAN, Lodewijk. Escambo e tabaco. In: CHAMBOULEYRON, Rafael; SOUZA JUNIOR, José Alves (Org.). Novos olhares sobre a Amazônia colonial. Paka-Tatu: Belém, 2016. p. 39-59.

HULSMAN, Lodewijk. Swaerooch. Revista Estudos Amazônicos, Belém, v. 6, n. 1, p. 178-202. 2011.

LIMA, André da Silva. A guerra pelas almas: alianças, recrutamentos e escravidão indígena (do Maranhão ao Cabo do Norte, 1615-1647). Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.

MONTEIRO, John Manuel. Armas e armadilhas. In: Novaes, Adauto. (Org.). A outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p.237- 249.

NASCIMENTO, Bruno Rafael Machado. Ad majorem Dei gloriam. Rio de Janeiro: Autografia, 2018.

NASCIMENTO, Bruno Rafael Machado; DA SILVA, Giovani José. Sobre vivências negociadas. Habitus, Goiânia, v. 17, n. 2, p. 357-378, jul./dez. 2019. Disponível em: http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/7627.

NORONHA, Jacome Raimundo de. Relação sobre as cousas pertencentes á conservação e aumento do Estado do Maranhão. Revista do Instituto do Ceará, Fortaleza, ano XXVI, p. 38-44, 1912.

PARENTE, Bento Maciel. Memorial para conservar y augmentar la conquista y tierras del Marañón, y los índios que em ellas conquisto el capitán maior Bento Maciel Parente, son necessarias y convenientes las cosas siguientes. Revista Trimestral do Instituto do Ceará, Fortaleza, ano XXI, p. 182-188, 1907.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios livres e índios escravos. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras; Secretaria municipal de cultura, 1998. p. 115- 132.

REIS. Arthur Cezar F. Território do Amapá. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1949.

REIS. Arthur Cezar Ferreira. Limites e demarcações na Amazônia brasileira. 2. ed. v.1. Belém: SECULT, 1993.

RIO BRANCO, Barão do. Obras do barão do Rio Branco III. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2012.

SARAGOÇA, Lucinda. Da << Feliz Lusitânia>> aos confins da Amazônia (1615-62). Lisboa-Santarém: Edições Cosmos – Câmara Municipal de Santarém, 2000.

SILVA, Joaquim Caetano da. O Oiapoque e o Amazonas [1861]. 4. ed. Tadução Ana Claúdia Grebot, Denise G. Esteves, Paulo Miceli. Campinas: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadula de Campinas/Secretaria de Estado da Cultura do Estado do Amapá, 2010.

VIANA, Wania Alexandrino. “Porque sem eles [índios] se não á de se defender”. In: DA SILVA, Giovani; DA SILVA, Cleube. Protagonismos indígenas na História do Norte do Brasil. Palmas: Nagô Editora, 2018. p. 137-154.

VIANNA, Arthur. As fortificações da Amazônia I – As fortificações do Pará. Annaes da Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Tomo IV, Belém: Instituto Lauro Sodré, 1905. p. 227-302.

VIEIRA, Antônio. Cartas. Tomo I. São Paulo: Editora Globo, 2008.

Downloads

Publicado

18-06-2021

Como Citar

NASCIMENTO, B. R. M. As participações indígenas nas guerras no Cabo do Norte. Tempos Históricos, [S. l.], v. 25, n. 1, p. 286–322, 2021. DOI: 10.36449/rth.v25i1.24531. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/temposhistoricos/article/view/24531. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos