Poder, conhecimento e visualidade na governação de José Custódio de Sá e Faria no Rio Grande de São Pedro (c. 1764 – c. 1769)
DOI:
https://doi.org/10.36449/rth.v28i2.33368Palavras-chave:
capitania subalterna, Rio Grande de São Pedro, cultura visual institucionalResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a articulação entre as demandas governativas e as atribuições técnicas exercidas por José Custódio de Sá e Faria durante seu período enquanto governador da capitania fronteiriça e subalterna do Rio Grande de São Pedro. Busca-se compreender o lugar da produção de conhecimento, especialmente o cartográfico, no processo de implementação de uma “cultura visual institucional” enquanto projeto político e comunicacional, inserido em um plano maior de avanço do aparato institucional e expansão fronteiriça da América Portuguesa meridional. Para isso, a pesquisa se fundamenta no estudo da correspondência entre as autoridades das capitanias do Rio Grande de São Pedro e de São Paulo, bem como na análise da produção cartográfica referente ao Rio Grande. Verifica-se que o governador subalterno desempenhou o papel de vetor na produção e transmissão de saberes entre o território fronteiriço e as capitanias do sudeste.
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