As instituições de proteção do patrimônio cultural: gestão política e participação comunitária
DOI:
https://doi.org/10.36449/rth.v7i1.8036Abstract
O conceito "patrimônio cultural" passou por transformações de sentido nos últimos anos. De um discurso patrimonial referido aos grandes monumentos artísticos do passado, interpretados como fatos destacados de uma civilização, se avançou para uma concepção do patrimônio como o conjunto dos bens culturais que são referentes das identidades coletivas. Ele agora compreende as múltiplas paisagens, arquiteturas, tradições, festas, gastronomias, expressões de arte, documentos, sítios arqueológicos, ritos, músicas, expressões reconhecidas e valorizadas pelas comunidades e organismos governamentais na esfera local, estadual ou nacional. Essa nova concepção não pode deixar de ser associada ao processo de "mundialização" e a tentativa de homogeneização de hábitos e consumos em face ao vertiginoso ritmo de transformação e trocas que se processa na contemporaneidade. Os bens que hoje formam o patrimônio têm permitido a cada sociedade reconfigurar seus elementos de identidades e de pertencimento a um tempo e lugar. Esses bens conformam o patrimônio de uma comunidade a partir de diversas perspectivas, fortalecem o sentido de pertencimento e impulsionam a participação coletiva ao recompor o tecido social, recuperar a herança e definir os caminhos do que virá. Com base nesses preceitos neste texto me proponho a apresentar algumas reflexões em torno da gestão do patrimônio cultural, que permitam a participação comunitária e seu entendimento como um instrumento importante para a construção da cultura de cidadania.
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