TEMPO DE DESLOCAMENTO PARA O TRABALHO COM USO DE TRANSPORTE PARTICULAR NAS GRANDES REGIÕES BRASILEIRAS: NOVOS PADRÕES?/Commuting time to work using private transportation in the brazilian regions: new patterns?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/igepec.v28i2.33278

Palavras-chave:

Mobilidade pendular, Trabalho, Tempo de deslocamento, Regiões brasileiras

Resumo

 O cenário da mobilidade espacial no Brasil, em períodos mais recentes, tem sido uma prática da população nas mais diferentes idades para realizar suas atividades laborais. Essa é uma das principais motivações captadas pelas pesquisas censitárias no país, de modo geral. Além disso, nota-se que estudos sobre mobilidade associada com o tempo de deslocamento ainda são incipientes. Nesse sentido, surge a ideia de analisar a mobilidade pendular por motivo de trabalho, nas grandes regiões brasileiras, considerando o tempo gasto no percurso com uso de transporte particular, em 2010, a partir dos microdados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os principais resultados, obtidos mediante estimativas de estatística descritiva, apontaram que dentro do mesmo município de residência o limite de tempo gasto com deslocamento é de meia hora, enquanto, se deslocar para município diferentes o tempo ultrapassa meia hora. O padrão da mobilidade pendular por razão de trabalho, em âmbito regional, revela que há particularidades, seja entre os que praticam os deslocamentos no mesmo município ou a destino de outros. Nas regiões Norte e Nordeste, os empregados não usam transporte particular, enquanto, no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, essa opção é mais comum, fenômeno considerado no contexto da mobilidade pendular.

Abstract: The scenario of spatial mobility in Brazil, in more recent periods, has been a practice among people of different ages to carry out their work activities. This is one of the main motivations captured by census surveys in the country, in general. In addition, studies on mobility associated with commuting time are still incipient. With this in mind, the idea of analyzing commuting for work in the Brazilian regions arose, considering the time spent traveling by private transport in 2010, based on microdata from the 2010 Demographic Census of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The main results, obtained by estimating descriptive statistics, showed that within the same municipality of residence, the time limit for commuting is half an hour, while commuting to different municipalities takes more than half an hour. The commuting pattern for work reasons, at a regional level, reveals particularities, whether among those who commute within the same municipality or to other municipalities. In the North and Northeast, employees do not use private transportation, whereas in the Southeast, South and Midwest, this option is more common, a phenomenon considered in the context of commuting.

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Biografia do Autor

João Gomes da Silva, Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)

Economista pela Universidade Regional do Cariri (URCA), Mestre e Doutor em Demografia pelo Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem/UFRN) e Pesquisador do Observatório das Migrações no Estado  do Ceará (OMEC). Colaborador do projeto população e políticas sociais desenvolvido na UFRN, do projeto Políticas Públicas para o Desenvolvimento Humano e Social desenvolvido em redes. Pesquisador visitante na Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ). Afiliado à Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). Atua principalmente nos temas de Migração e Urbanização; Mobilidade Pendular; Distribuição Espacial da População, Análise das Políticas Públicas e População; Políticas Educacionais na Educação Básica.

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Publicado

08-08-2024

Como Citar

GOMES DA SILVA, J. TEMPO DE DESLOCAMENTO PARA O TRABALHO COM USO DE TRANSPORTE PARTICULAR NAS GRANDES REGIÕES BRASILEIRAS: NOVOS PADRÕES?/Commuting time to work using private transportation in the brazilian regions: new patterns?. Informe GEPEC, [S. l.], v. 28, n. 2, p. 250–267, 2024. DOI: 10.48075/igepec.v28i2.33278. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/gepec/article/view/33278. Acesso em: 21 nov. 2024.