OS PARAÍSOS ARTIFICIAIS DE DES ESSEINTES, UM ESTETA DECADENTE
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Palavras-chave:
Huysmans. Decadentismo. TransposiçãoResumo
No final do século XIX, a descoberta do universo inconsciente e o gosto pelas dimensões misteriosas da existência despertaram, em um grupo de jovens artistas, o interesse em sondar os mistérios do mundo, por meio do poder encantatório das palavras. Em oposição à cientificidade do Realismo e do Naturalismo e inspirado na poética revolucionária de Charles Baudelaire, assim surge o Decadentismo. O romance Às avessas, do escritor e crítico de arte francês Joris-Karl Huysmans (1848-1907), é uma importante expressão desse espírito. Na obra, há um profícuo diálogo entre pintura e literatura, o qual inaugura um novo estilo, contrário ao já esgarçado modelo realista. O duque Des Esseintes, o excêntrico protagonista do romance, se debate em não aceitar a modernidade e o gosto pouco refinado da burguesia, em escenção naquele momento. É em função dos elementos que se contrapõem ao Naturalismo que Huysmans aposta na descrição dos ambientes e nas transposições de arte na busca de um novo modelo literário. A pintura serve como paradigma estético para a construção do romance, não se limitando às frequentes descrições dos quadros de Moreau ou Redon, mas também englobando a forma como Huysmans descreve os móveis, a tapeçaria, as flores e os peixes artificiais, as capas dos livros etc. Ser excepcional era a ideia desse escritor, algo inalcançável para o homem comum, habituado às trivialidades da vida cotidiana. A transposição de arte, ou a recriação de uma obra plástica pela linguagem, adquire valor incomensurável para o crítico Huysmans, absorvendo-o profundamente em Às avessas, onde o crítico se sobrepõe ao escritor. O estilo decadentista de Huysmans se opõe aos valores da razão analítica. Em sua obra, a arte visa retomar a paixão, o sonho, o mistério, o medo, a morte, desprendida totalmente do desejo de representar a realidade.Downloads
Publicado
17-12-2014
Como Citar
DE VARGAS, A. Q.; UMBACH, R. K. OS PARAÍSOS ARTIFICIAIS DE DES ESSEINTES, UM ESTETA DECADENTE. Línguas & Letras, [S. l.], v. 15, n. 30, 2014. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/10718. Acesso em: 14 abr. 2025.
Edição
Seção
Estudos Literários
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