A CONSTRUÇÃO DO FEMININO EM “OLHOS D’ÁGUA”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA ANÁLISE DE PERFORMANCES PÓS-IDENTITÁRIAS DE GÊNERO

Autores

  • Natanael Duarte Azevedo Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Iran Ferreira de Melo Universidade Federal Rural de Pernambuco
Agências de fomento

Palavras-chave:

Pós-colonialismo. Afrofeminismo. Conceição Evaristo.

Resumo

A literatura afrofeminina sempre esteve à margem do cânone literário, identificando-se com a literatura “subalterna” excluída pela Tradição, ou seja, o “pensamento heterossexual” (WITTING, 2006) que silencia os grupos marginalizados e não-canônicos, a saber: mulheres, negros, homossexuais, entre outros que não correspondem ao modelo heterossexual-ocidental, representado pela branquitude. Dessa forma, analisar a obra “Olhos d’água”, de Conceição Evaristo, serve de mecanismo para desconstrução e desnormatização da análise literária clássica. A obra de Evaristo é considerada, além de seu destaque literário, como um instrumento de luta da literatura de autoria feminina e negra, dando voz às denúncias da opressão e da violência. Objetivamos com o nosso trabalho problematizar outras óticas do texto com base na análise discursivo-social das personagens femininas da obra de Conceição Evaristo. Através dessa análise podemos interrogar os lugares e a representação de valoração das práticas culturais não-hegemônicas, a fim de perverter a ordem patriarcal heteronormativa e legitimar a estética literária, “desmantelando” a naturalização da violência contra as mulheres negras e pobres.

Biografia do Autor

Natanael Duarte Azevedo, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Doutor em Letras pelo Programa de Pós­Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal da Paraíba. Possui o título de Mestre em Letras pelo mesmo Programa de Pós­graduação. Tem experiência na área de Literatura e Linguística, com ênfase em Literatura brasileira e portuguesa do século XIX, Linguística saussuriana, Psicanálise lacaniana e Cinema, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura luso­brasileira do século XIX, interface linguística e psicanálise, movimentos de linguagem, cinema, linguística e psicanálise, sujeito. Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal Rural do Pernambuco e atua nos cursos de graduação das Engenharias na Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho (UACSA/UFRPE) e no Programa de Pós­Graduação em História da UFRPE.

Iran Ferreira de Melo, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Professor de Língua Portuguesa e Linguística, doutor em Letras / Filologia e Língua Portuguesa (Universidade de São Paulo - 2013), mestre em Letras / Linguística (Universidade Federal de Pernambuco - 2007) e licenciado em Letras / Língua Portuguesa (Universidade Federal de Pernambuco - 2004). Desenvolve pesquisas transdisciplinares sob os paradigmas da Análise Crítica do Discurso e da Linguística Aplicada ao ensino de língua portuguesa como idioma materno e ao estudo de práticas discursivas sobre diferenças de gênero e sexualidade na imprensa hegemônica. Utiliza a Linguística Sistêmico-Funcional como ferramenta orientadora para análises textuais e tem interesse por investigações sobre subalternidades, descolonialidades e movimentos sociais. É professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, líder do Outras Palavras - Núcleo de Estudos Críticos em Discursos e Letramentos e do Núcleo de Estudos em Discurso e Descolonialidade, bem como é pesquisador do Núcleo de Estudos em Análise Crítica do Discurso (NEAC) e do Projeto História do Português Paulista (PHPP), ambos da Universidade de São Paulo. (Texto informado pelo autor)

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Publicado

12-09-2017

Como Citar

AZEVEDO, N. D.; MELO, I. F. de. A CONSTRUÇÃO DO FEMININO EM “OLHOS D’ÁGUA”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA ANÁLISE DE PERFORMANCES PÓS-IDENTITÁRIAS DE GÊNERO. Línguas & Letras, [S. l.], v. 18, n. 40, p. http://dx.doi.org/10.5935/1981–4755.20170017, 2017. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/17144. Acesso em: 19 mar. 2024.

Edição

Seção

Estudos Literários