O “PODER” NA FALA DA MULHER: A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA E A IDENTIDADE FEMININA NA PÓS-MODERNIDADE

Autores

  • Kátia Alexsandra dos Santos
  • Maria Aparecida Honório

DOI:

https://doi.org/10.5935/rl&l.v8i14.913

Resumo

Falar da mulher no contexto da chamada pós-modernidade é tocar num ponto nevrálgico, já que precisamos pensar sua constituição num momento de crise dos gêneros, em que as fronteiras identitárias vêm se alterando. Tendo em vista que a partir do discurso (e da entrada no simbólico) é que nos configuramos como sujeitos, e mais que isso, que a designação de gênero é a primeira com a qual o “outro” nos nomeia, proponho, neste trabalho, pensar a identidade feminina a partir do discurso feminino, vendo-o sob o signo da heterogeneidade, conforme o conceito concebido na terceira fase da Análise do Discurso de linha francesa. Para isso, tomo entrevistas realizadas com mulheres de perfis heterogêneos e as analiso sob o foco de alguns pressupostos da AD, sobretudo no que diz respeito à heterogeneidade constitutiva e o interdiscurso, e alguns conceitos de base psicanalítica ligados à constituição do sujeito. Nesse artigo analiso especificamente as ocorrências do verbo “poder” na fala das entrevistadas em enunciados que demonstram a constituição hetero- gênea do discurso feminino. Pretendo, dessa forma, poder vislumbrar a configuração do sujeito mulher como ser heterogêneo que é, constituído com base no discurso do “outro”, procurando compreender quem é este ”outro” que o constitui contraditoriamente. Desta perspectiva, observaremos o funcionamento deste “outro” que não é o sujeito homem, mas sim o modo como a mulher resignifica o discurso do sujeito homem em seu dizer, tendo em vista um interdiscurso que se ordena a partir de memórias recortadas da sociedade patriarcal em relação à sociedade pós-moderna.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

DOS SANTOS, K. A.; HONÓRIO, M. A. O “PODER” NA FALA DA MULHER: A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA E A IDENTIDADE FEMININA NA PÓS-MODERNIDADE. Línguas & Letras, [S. l.], v. 8, n. 14, p. p. 207–220, 2000. DOI: 10.5935/rl&l.v8i14.913. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/913. Acesso em: 5 maio. 2024.

Edição

Seção

Estudos Linguísticos