A língua guarani (ainda) viva no Brasil: a cultura originária que a colonização não conseguiu eliminar
DOI:
https://doi.org/10.48075/odal.v3i5.27582Palabras clave:
Guarani, toponímia, indígena, BrasilResumen
O Brasil se apresenta ao mundo com o único idioma, o português. Este fato esconde os dados que o censo do IBGE indicou em 2010: a presença de 274 línguas diferentes, segundo a resposta espontânea dos brasileiros. Assim, não podemos falar de monolinguismo neste país. O Brasil, denominado Pindoráma pelos Guarani, tinha como o seu principal idioma uma língua originária misturada com português (Língua Geral). Mas, em 1757, sob a influência do Marquês de Pombal, o governo português baixou um decreto proibindo o uso daquele idioma. Este trabalho objetiva demonstrar que, apesar da proibição, no contexto histórico da colonização, essa língua originária permanece viva no português brasileiro atual. Para isso, nos remetemos a gramáticas e dicionários de séculos passados e os comparamos com o que corresponderia à língua indígena atual. Por meio de observações lexicais na língua portuguesa enumeramos algumas expressões gramaticais, nomes de rios, e algumas localidades da cidade de São Paulo para, finalmente, exemplificar alguns estados brasileiros cujos nomes também foram originados da mesma família lingüística. Assim, concluímos que a língua guarani no Brasil, apesar do etnocídio linguístico-cultural, e mesmo negada pela língua oficial, mantém viva a cultura originária, motivo fundamental para que se valorizem os seres humanos sobreviventes que, ainda hoje, falam essa mesma língua.
Citas
Alves, O. Jr. (2009). Falar Tupi-Guarani: a busca da identidade do Brasil. Recuperado de http://oziasjornalismo.blogspot.com/2009/02/falar-tupi-guarani-busca-da-identidade.html.
Assis, C. F. de. (2008). Dicionário Guarani-portugues/Português-Guarani. São Paulo: Cecy Fernandes de Assis. Edição Própria.
Aulete, d. (20210). Dicionário português. Recuperado de www.aulete.com.br
Bagno, M. (2007). Preconceito linguístico: o que é, como se faz? 49. ed. São Paulo: Loyola.
Barreto, L. (2017). Triste Fim de Policarpo Quaresma. Brasília: Edições Câmara.
Bastos, G. (2000). Os brutos que conquistaram o Brasil. Super Interessante. Atualizado em 31 de outubro de 2016. Recuperado de https://super.abril.com.br/historia/os-brutos-que-conquistaram-o-brasil/
Benedito, M. (2014). Paca, tatu, cutia! Glossário Ilustrado De Tupi. São Paulo: Ed Melhoramentos.
Brasil. (2018). Decreto Nº 10.436, de 24 de Abril De 2002. Recuperado em 12 julho, 2021, de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm >
Canese, N. K. de. (2018). Ñe’ẽryru avañe’ẽ-karaiñe’ẽ, karaiñe’ẽ-avañe’ẽ - Diccionario guaraní-español, español-guaraní. Asunción-Paraguay.
Castilho, A. T. de. (2014). Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto.
Chiaradia, C. (2008). Dicionário de Palavras brasileiras de origem indígena. São Paulo: Ed. Limiar.
Correia, P. (2016). O tupi-guarani na toponímia do Brasil. Boletim da língua portuguesa nas instituições européias, No. 52 – outubro de 2016. Recuperado de http://ec.europa.eu/translation/portuguese/magazine
EMGC. (2016). Caderno Mapa Guarani Continental: povos Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai. Campo Grande-MS
Ferrater Mora, J. (1958). Diccionario de filosofía. Cuarta edición. Editorial Sudamericana, Buenos Aires.
Figueiredo, C. de. (1913). Novo Diccionário da Língua Portuguesa. Lisboa: editora Tavares Cardoso & Irmão.
Fortes, L. (2015). Entre o silêncio e o dizível – Um estudo discursivo de sentidos de bilinguismo, educação bilíngue e currículo em escolas bilíngues português-inglês. 2015. Tese (Doutorado em Letras). Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Franzin, A. (2015). Palavras indígenas nomeiam a maior parte das plantas e animais do Brasil. Empresa Brasil de Comunicação. 29/10/15. (EBC) Recuperado de https://memoria.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/10/palavras-indigenas-nomeiam-maior-parte-das-plantas-e-animais-do-brasil
Girardi, G. (2007). Qual é a origem dos nomes dos Estados brasileiros? Revista Galileu, Edição 187 - fevereiro de 2007. Recuperado de http://revistagalileu.globo.com/Galileu
Melo, P. A. G. de. (2013). Um recorte do léxico toponímico indígena municipal alagoano: motivações toponímicas. Interfaces. Guarapuava, v. 4 n. 2 jun /dez, pp. 39 – 51.
Montoya. A. R. de. (1724). Arte de la lengua guarani por el P. Antonio Ruiz de Montoya, de la compañia de Jesus, con los escólios, anotaciones y apéndices del P. Paulo Restivo. Pueblo de S. Maria La Mayor.
Navarro, E. de A. (2013). Dicionário Tupi Antigo. São Paulo: Global Editora, 2013.
Navarro, E. de A. (2020) A Tupinologia e seus críticos. In Luinguística, Letras e Artes e as novas perspectivas dos saberes científicos [recurso eletrônico] / Organizadores Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos, Thamires Nayara Sousa de Vasconcelos. – Ponta Grossa, PR: Atena.
RAE, (2021).Real Academia Española. Recuperado de https://www.rae.es/ acesso
Restivo, P. (1724). Linguae Guaraní Grammatica Hispanice. Madrid: Stuttgardiae : Guilielmi Kolhammer.
Rodrigues, A. D. (1986). Línguas Brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola.
Rodrigues, A. D. (1993). Línguas indígenas: 500 anos de descobertas e perdas. Delta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 83-103, 1993.
Sampaio, T. (1987). O tupi na Geografia Nacional. Brasília: Editora Nacional:
Santos, G. R. dos, Siqueira, K. M. de F.; & Tavares, R. de F. O. (2013). Toponímia: a dinâmica dos nomes de lugares da microrregião de Catalão/GO. Entreletras, Araguaína/TO, v. 4, n. 2, p. 72-89, ago./dez.
Seide, M. S. (2013). Toponomástica e Antroponomástica: paradigmas e métodos. Revista Confluência, n. 44, p. 165 – 184
Seide, M., & Lucas, P. (2018). Os topônimos comerciais da cidade de Naranjal, Paraguai. Confluência, 1(54), 164-195. Recuperado de http://dx.doi.org/10.18364/rc.v1i54.238
Servín, J. V. (2003) Peteĩha ñe’ẽryru guaraníme. Asunción-Paraguay: Editora Litocolor.
Silveira Bueno, F. da. (1984) Vocabulário Tupi - Guarani Português. São Paulo: Brasilivros Editora.
Simons, G. F. & Charles D. F. (ed.). (2018). Ethnologue: Languages of the World, Twenty-first edition. Dallas, Texas: SIL International. Recuperado de https://www.ethnologue.com
Trinidad Sanabria, L. (2008). Gran diccionario Avañe’ẽ. 7a. ed. Buenos Aires: Editorial Ruy Díaz.
Villalva Filho, M. R.(2013). Ñemopeteî guarani jehai ha oñemo'agui tetãnguera. In: RODRIGUES, J. M. (Org.). Políticas linguísticas para la integración educativa y cultural en el Mercosur: legislación, planificación idiomática.y glotopolítica. Asunción: CEADUC, v. 1, p. 243-265.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Onomástica desde América Latina
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Aviso de derechos de autor de Creative Commons
Política de revistas de acceso abierto
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1. Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Creative Commons Attribution License que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
2. Autoridades obligatorias para asumir compromisos, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (ej. Publicar en un repositorio institucional o como capítulo de un libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
3. Se permite y se anima a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en la página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos así como incrementar el impacto y la citación del trabajo publicado (Ver El efecto del acceso abierto).
Licencia Creative Commons
Este trabajo tiene la licencia de Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License, que permite compartir, copiar, distribuir, mostrar, reproducir, un todo o partes, siempre que no tenga un propósito comercial y sea citado por los autores y una fuente.