A toponímia de Curuçá como reflexo dos contatos interétnicos na Amazônia Oriental
DOI :
https://doi.org/10.48075/odal.v6i1.33926Mots-clés :
toponímia, Curuçá, Contatos interétnicos, Amazônia Oriental, tupiRésumé
Este artigo discorre a respeito dos contatos entre povos na constituição histórica e linguística de Curuçá e como estes eventos refletiram consideravelmente na toponímia curuçaense. Discutimos acerca da relação intrínseca entre língua e povo e como se estabelece o diálogo entre história, sociedade e cultura em um determinado espaço. O objetivo central consiste em analisar a influência dos contatos interétnicos e linguísticos na constituição da toponímia de Curuçá, de modo a compreender de que maneira os processos históricos e sociais moldaram o cenário toponímico, com foco na presença de termos híbridos e compostos. O referencial teórico utilizado recorre, principalmente, aos pressupostos da toponímia a partir de Dick (1990); as discussões sobre contatos linguísticos de Lucchesi (2009) e de Raso, Mello e Altenhofen (2011). De Canindé (2015) advém o embasamento da historiografia curuçaense e do processo de formação do território. No tocante ao contato linguístico e às relações interétnicas valemo-nos de Cardoso de Oliveira (1962). A metodologia empregada consiste em pesquisa bibliográfica, considerando a historiografia curuçaense, princípios da toponímia e do contato linguístico bem como em pesquisa de campo para a obtenção de dados sobre a toponímia curuçaense coletados por meio da técnica de entrevistas e de narrativas orais dos moradores de Curuçá. Este artigo é um recorte de uma pesquisa de dissertação de mestrado acerca da toponímia curuçaense e a implicação histórica dos contatos linguísticos. Os resultados apontam para uma dinâmica em que os contatos interétnicos na Amazônia oriental repercutem na toponímia local expresso na presença de termos compostos e híbridos, envolvendo o português e elementos indígenas de base tupí. Este estudo contribui, significativamente, para a compreensão da toponímia curuçaense e como esta se constitui como evidência adicional dos contatos interétnicos estabelecidos na região. Além disso, a pesquisa alcança reflexões mais amplas acerca da identidade, patrimônio cultural e dinâmica sociolinguística da Amazônia Oriental.
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