USOS AMOROSOS NO FRANQUISMO OU UMA NOTA DE RODAPÉ NUM POEMA DE ÁNGEL GONZÁLEZ
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v8i12.7127Keywords:
Ángel González, Poesia do pós-guerra civil espanhola, franquismoAbstract
Em seu poema “Lecciones del buen amor”, Angel González, poeta espanhol da Geração de 1950, lança mão de um curioso recurso na matéria poética: depois de descrever um casal considerado como “exemplo” pelo franquismo, ou seja, católico, regrado no dizer e no fazer e, sobretudo, de amor modelar, o poeta insere uma nota de rodapé no poema e nela podemos ler as mazelas, o asco e o ódio recíproco do casal em questão. Essa articulação inusitada para um poema nos remete a um intenso diálogo intertextual que vai desde a obra que conecta com o título do poema do poeta ovetense, o El Libro del Buen Amor, do Arcipreste de Hita, em que o autor da Idade Média supostamente nos alerta sobre os malefícios do “louco amor”, passa pelo livro de Vicente Aleixandre, La destrucción o el amor, no qual convivem de forma pendular os sentimentos avassaladores e os edificantes e chega ao ensaio de Carmen Martín Gaite, Usos amorosos en la posguerra, em que a autora traça um percurso pelos anos imediatos da pós-guerra civil espanhola a fim de retratar as relações amorosas sob o céu da ditadura franquista. A partir desse diálogo, composto sob o signo da ironia e da constatação de uma sociedade pautada pelas aparências e pela rigidez nas relações, pretende-se discutir como o poeta contrapõe diversos tipos e níveis de linguagem a fim de capturar e expor a hipocrisia latente e presente no trato amoroso e social nos anos da ditadura franquista.
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