Rasuras de Identidades no Conto “A Caligrafia de Deus”, de Márcio Souza
Palavras-chave:
Identidade, globalização, aculturamento.Resumo
Esse artigo consiste em uma análise sobre o processo de mutilação identitária da personagem Izabel Pimentel e do espaço urbano de Manaus no conto “A caligrafia de Deus”, de Márcio Souza. O objetivo dessa análise é evidenciar como o conto representa o processo de mutilação identitária e de aculturamento pela protagonista, comparando-o com a extirpação sofrida pela cidade de Manaus com a implantação da Zona Franca, além de discutir conceitos de colonização e globalização que contribuíram para o surgimento de uma identidade fragmentada e multifacetada no sujeito pós-moderno. Para fundamentar este trabalho, utilizaram-se teorias das áreas literárias e sociológicas que abordam as relações entre literatura e sociedade, além de teorias pós-crítica sociológica, discutindo questões de identidade cultural pós-moderna. O recurso metodológico empregado na pesquisa foi bibliográfico e, através de análises de textos, procurou-se demonstrar o processo de mutilações tanto da personagem quanto do espaço urbano de Manaus. Com a análise, conclui-se que os protagonistas do conto são marginalizados e excluídos da sociedade por serem diferentes do padrão dominante, apontando, desta maneira, o colonialismo e a globalização como um processo negativo que rasura a identidade cultural tanto do indivíduo quanto do espaço colonizado.Referências
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